A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou na terça-feira (17) o plano de recuperação apresentado pelo Grupo Rede, dono da Cemat (Centrais Elétricas Mato-grossenses), concessionária de energia de Mato Grosso. O plano foi aprovado por todos os diretores da Agência.

Pelo plano de recuperação apresentado, as oito distribuidoras do Grupo Rede, que estão localizadas nos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Tocantins, precisam de um aporte de R$ 773 milhões.

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Atualmente o Grupo Rede deve cerca de R$ 6 bilhões e defende que a melhor medida é transferir o controle para outro acionista que tenha capital para melhorar a situação financeira e os serviços das concessionárias.

A Energisa, que hoje controla cinco distribuidoras de energia no país, está mais próxima de assumir o controle do Grupo Rede. O consórcio quer convencer os credores e acionistas do grupo Rede, especialmente o estatal BNDES, que pode ser um mau negócio aceitar que o controlador do Rede.

O presidente da Energisa, Ricardo Botelho, declarou em entrevista ao Valor Econômico, que não é pouca coisa que está em jogo. A Energisa pretende investir, no início dos trabalhos, R$ 1,1 bilhão nas oito concessionárias do Grupo Rede, que está em recuperação judicial. Uma das concessionárias é a Cemat.

Esse dinheiro seria para pagar parte das dívidas e outras obrigações que não vem sendo cumpridas - uma forma de dar fôlego à gestão.

A aprovação pelo regulador do plano de recuperação das oito concessionárias do Grupo Rede é uma das condicionantes para a efetivação do compromisso de compra e venda da empresa pelo consórcio CPFL Energia/Equatorial.

Sob intervenção

Oito distribuidoras – Cemat (Mato Grosso), Enersul (Mato Grosso do Sul), Celtins (Tocantins), Companhia Paulista de Força e Luz do Oeste (Guarapuava, Paraná), Paranapanema, Caiuá, Companhia Nacional de Energia Elétrica (São Paulo) e Bragantina (São Paulo e Minas Gerais) – atuam em uma área correspondente a mais de 30% do território brasileiro e atendem a cerca de 20 milhões de habitantes.

Desde o fim de agosto elas estão sob intervenção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em decorrência de um crescente processo de deterioração econômico-financeira que, no entender da agência reguladora, colocava em risco a segurança do abastecimento.

As distribuidoras do Grupo Rede atendem 578 municípios brasileiros e somam cerca de 4,9 milhões de consumidores em regiões com 20 milhões de habitantes. Em setembro de 2011, as dívidas das empresas somavam a R$5,34 bilhões.

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