O servidor detido durante manifestação no pátio de vistoria veicular do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), Alex Alexandre Andrade, deverá representar contra o Estado por abuso de poder. Segundo seu advogado, Carlos Frederick, o episódio ocorrido na última quarta-feira (13), não configura em desacato a autoridade. O órgão enfrenta uma greve de quase um mês e pleiteiam investimento nas unidades e revogação da Lei que cria e terceiriza a vistoria Ambiental no Estado.

Leia mais: Preso por desacato, servidor do Detran é liberado e grevistas permanecem no pátio de vistoria

Alex ficou detido por aproximadamente duas horas, prestou depoimento e foi liberado. Durante o ato, que contou com a participação de quase 80 servidores grevistas, o tenente coronel Otomar Pereira entendeu que a frase, “isso é uma covardia”, dita por Alex, teria sido direcionada a ele, cabendo assim a voz de prisão por desacato. 

Já solto e a espera do início da reunião entre os servidores do Detran-MT, o secretário de Administração (SAD), Francisco Faiad, Alex Andrade declarou que em nenhuma momento direcionou a frase ao tenente coronel Otomar Pereira. “Eu apenas expressei a minha indignação quanto à proporcionalidade de policiais para a quantidade de manifestante que realizava um ato pacífico”, defendeu-se Alex dizendo que a frase foi dita de forma generalizada.

Além da declaração da abertura de um processo contra o Estado, o advogado do Sindicato dos Servidores do Detran (Sinetran-MT), Carlos Frederick, criticou o despreparo do governo em lidar com situações de conflito.

“O episódio de ontem mostrou que o governo não tem uma política de gestão de conflito, ele não tem uma assessoria eficaz para esse tipo de movimento, antigamente se gerenciava esse conflito com truculência [ditadura], mas agora é através do diálogo”, comparou o advogado.

Frederick também enaltece o propósito da greve dos servidores do Detran-MT. “O interessante dessa greve é que eles estão reivindicando por estrutura para do órgão, é um movimento que pede por condição de trabalho e que também é de interesse do usuário, que paga pelo serviço”.