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Quarta-feira, 01 de maio de 2024

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corrupção no judiciário

João Emanuel diz conhecer bacharel que usava o nome dele para vender sentença e parabeniza Gaeco por prisões

Foto: Olhar Jurídico

João Emanuel diz conhecer bacharel que usava o nome dele para vender sentença e parabeniza Gaeco por prisões
O Presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, João Emanuel (PSD), que teve seu nome utilizado pelo bacharel de Direito Marcelo Santana ao tentar corromper o assessor do juiz José de Arimateia para ‘fazer subir’ a ação contra uma família de traficantes para ser julgada pelo Tribunal Justiça, lamentou o episódio, admitiu que conhece Marcelo, parabenizou o Gaeco pela Operação e disse que quer que os fatos sejam apurados a fundo.

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“Eu conheço ele (Marcelo) sim e é lamentável essa situação. Infelizmente às vezes as pessoas metem os pés pelas mãos. Esse cargo nos deixa expostos. Essa operação mostra que o Judiciário não é incorruptível, assim como nenhuma instituição está livre. Mas o Ministério Público está de parabéns pela sua atuação, pela investigação e pela prisão dos envolvidos”, declarou.

Consta da denúncia oferecia pelo Ministério Público à Justiça, ‘que em determinada ocasião, Marcelo chegou a mencionar ao assessor do juiz nomes de outros intermediários, entre eles o vereador João Emanuel, genro de um deputado estadual, bem como do desembargador Pedro Sakamoto, a pretexto de influir em eventual decisão de instância superior a ser tomada pelo desembargador, dizendo que o dinheiro da propina também se destinaria a Pedro Sakamoto’.

Segundo o MPE, durante as investigações não foi possível angariar indícios que pudessem ao menos servir de início de prova da participação dessas autoridades, chegando-se a conclusão de que Marcelo vinha se utilizando do nome dessas pessoas para convencer o assessor do juiz a entrar no esquema.

Por três vezes houve a tentativa de corrupção do assessor do juiz. Primeiro, por parte de Marcelo Santana, depois por pelo advogado Almar Busnello e posteriormente pelo funcionário do Tribunal de Justiça de Mato Grosso Clodoaldo Souza Pimentel, que ofereceram a ele valores que oscilaram de R$ 1 a 1,5 milhão para que ele ‘convencesse’ Arimatéia a fazer a ação referente à soltura da família de traficantes Pagliucas (presa durante operação Mahyah) ‘subir’ para TJMT para que então fosse julgada pelo desembargador ‘fechado’ com eles.

Por se tratar de uma organização criminosa, a referida ação penal tramitava na Vara Especializada contra o Crime Organizado, em Cuiabá. Foi então que o assessor contou para o juiz as tentativas de corrupção e ele ordenou que a denúncia fosse feita ao Gaeco. O grupo começou a investigar o caso e descobriu que eles agiam a mando do dono de um posto de combustível Prime, que funciona em Várzea Grande, Milton Rodrígues da Costa.

Estranhamente, em janeiro deste ano (27), durante um plantão do TJMT o desembargador Manoel Ornéllas de Almeida soltou sete acusados de narcotráfico internacional presos na Operação Mahyah, deflagrada pela Polícia Federal com participação do Gaeco em novembro de 2011.

Foram soltos Adalberto Pagliuca Filho (apontado como líder), Regina Célia Cardoso Pagliuca (esposa do líder), Adalberto Pagliuca Neto (filho), Elaine Cristina Pagliuca da Silva, Regis Aristide Pagliuca, Lori Gasparini e Joelson Alves da Silva (genro).

Lori estava condenado desde o início de dezembro a 18 anos de reclusão, o que significa que o magistrado pode ter acatado o pedido de soltura do advogado sem consultar o Sistema Informatizado do Tribunal de Justiça e a situação funcional dos indivíduos, ou simplesmente ignorado a condenação.

Todos os denunciados pelo MPE estão presos, exceto Adalberto Pagliuca que desde o habeas corpus concedido por Ornellas está foragido.
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