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Sábado, 27 de abril de 2024

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Ao pedir prisão de alvos de operação, PJC afirma que advogados atuavam como 'mensageiros do crime'

Foto: Reprodução

Ao pedir prisão de alvos de operação, PJC afirma que advogados atuavam como 'mensageiros do crime'
Ao pedir a prisão dos alvos da Operação Gravatas, a Polícia Judiciária Civil de Tapurah informou à Justiça que os quatro advogados que atuavam em conjunto com membros e líderes do Comando Vermelho serviam como “mensageiros do crime”, responsáveis por intermediar a comunicação entre os chefes e os criminosos que eram presos, em troca de vantagens financeiras.

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Segundo o relatório investigativo, o advogado Roberto Luis de Oliveira era quem capitaneava o “braço jurídico” da organização. Ele teria escalado Tallis de Lara Evangelista como responsável por fazer as audiências dos criminosos, aqueles presos em flagrante ou os que já respondiam em processo criminal.

Roberto incumbiu Jéssica Daiane Maróstica para fazer o acompanhamento processual dos faccionados, e atribuiu a Hingritty Borges Mingotti a tarefa de ser a correspondente entre os membros, porque mora em Itanhangá e serve como "ponte" entre os presos, bem como entre aqueles e as lideranças Tiago Telles e Robson Júnior, visto que ela frequenta pessoalmente a Delegacia de Tapurah.

Concluiu a investigação que Roberto “acessou ilegalmente dezenas de Boletins de Ocorrência, embaraçou investigações policiais, serviu como intermediador de mensagens entre criminosos de alta periculosidade, auxiliou com informações sigilosas de processos que nem tinham seus clientes como parte, forneceu a própria conta bancária para a prática do crime de lavagem de capitais e, ainda, levantou informações de pessoas sequestradas que poderiam ser mortas pelo CV”.

Conforme os agentes, Tallis teria embaraçado investigações ao entrar em contato e coagir a vítima do crime de sequestro e tortura.

“A Polícia prendeu diversas pessoas pelo crime de sequestro e tortura, sendo que a vítima era a referida R. Desta forma, podemos concluir que Tallis é convocado para conversar com a própria vítima da Orcrim. Sabe-se que caso seja feito por um membro do 'comando vermelho', ficaria muito clara a coação feita à vítima. No entanto, a estratégia é convencê-la a não implicar a liderança no sequestro/tortura por intermédio de um advogado, pois assim as chances de mascarar a coação, ou seja, de não levantar suspeitas, serão maiores. Ao final, Dr. Tallis concorda com o plano”, aponta o relatório.

A advogada Jéssica Daiane Maróstica levantava fichas criminais de integrantes da facção.  Em um áudio interceptado pela polícia, o líder Robson, salvo como contato de “Red”, solicita que Jéssica faça uma pesquisa para a Organização Criminosa. 

Antes da resposta da advogada, Robson envia 3 fotos que aparecem o RG de duas pessoas. Jéssica o responde e afirma que irá fazer a checagem quando chegar em casa: “Tô chegando em casa. Já vejo você”. 

Robson também encaminha para Jéssica o nome de outra pessoa a ser pesquisada por meio de um Boletim de Ocorrência. Sem questionar o bandido, a profissional inicia pesquisa pelos sites da Justiça de Mato Grosso. Ela comenta em cima da foto em que consta os documentos de identificação de duas pessoas. 

Concluiu a investigação que Hingritty Borges Mingotti desempenha papel fundamental como integrante do CV, não se limitando a ser uma mera “mensageira ou garota de recados”, mas atuando na busca de informações de dentro da cela da delegacia ao gravar áudios de presos para às lideranças, enviando fotografias de mandados de prisão e boletins de ocorrências e, por fim, ajudando na recuperação de armamentos, munições e dezenas de bananas de dinamite.

Gravatas

A Polícia Civil deflagrou, na terça-feira (12), em Tapurah, a Operação Gravatas, para cumprir 16 ordens judiciais, em Cuiabá e Sinop, com objetivo de desarticular  organização criminosa com a participação de advogados e de um policial militar. Ao todo, a PM cumpriu 8 mandados de prisão.

Capitaneados pelo jurista Roberto Luis de Oliveira, de Sinop, os advogados Hingritty Borges Mingotti, Jéssica Daiane Morostica e Tallis Lara Evangelista integram, segundo as investigações, o “braço jurídico” do grupo, prestando serviços que beneficiavam os criminosos em troca de vantagens financeiras.
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