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Representante do Tribunal de Prerrogativas confirma que dois advogados de Cuiabá foram presos em operação

12 Mar 2024 - 10:08

Da Redação - Pedro Coutinho / Do Local - Luis Vinícius

Foto: Reprodução PJC

Representante do Tribunal de Prerrogativas confirma que dois advogados de Cuiabá foram presos em operação
Dois advogados de Cuiabá, ainda não identificados, foram alvos de mandado de prisão cumprido na manhã desta terça-feira (12), no âmbito da Operação Gravatas, que apura crimes de tortura, tráfico de drogas e lavagem de capitais. Informação foi confirmada pelo representante do Tribunal de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil (TDP/OAB-MT), Edgleyton Barbosa. Na casa de uma advogada de Sinop, os agentes encontraram R$ 100 mil em espécie. 

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Em entrevista ao Olhar Jurídico, Barbosa afirmou que ainda não teve acesso total aos autos da operação, o que o impediu de dar maiores informações sobre o motivo do cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão e dois de prisão.

No entanto, Barbosa confirmou que dois juristas que atuam na capital foram presos. Eles deverão passar por audiência de custódia ainda hoje e, caso mantida as respectivas detenções, o TDP irá atuar para resguardar suas prerrogativas, solicitando disponibilização de sala de estado maior para as detenções, conforme preceitua o Estatuto da OAB.

A Delegacia da Polícia Civil de Tapurah deflagrou, nesta terça-feira (12), a Operação Gravatas, para cumprir 16 ordens de prisões preventivas e buscas e apreensões contra quatro advogados, um policial militar e três líderes de uma facção criminosa que estão custodiados no sistema prisional.

A investigação apontou que os líderes da facção criminosa se associaram de forma estruturalmente ordenada aos quatro advogados, que representavam o braço jurídico do grupo, e havia uma clara divisão de tarefas a fim de obterem vantagem de natureza financeira e jurídica, entre outras, com a prática de crimes como o tráfico de drogas, associação ao tráfico, tortura e lavagem de capitais.

O delegado responsável pela investigação, Guilherme Pompeo, pontuou que o braço jurídico atuou à margem da lei e sem respeitar os princípios éticos que regem a entidade da categoria.

Ainda conforme as ações policiais, os advogados seriam os responsáveis por realizar diversas tarefas para além da atividade jurídica. Atuando à margem da lei, eles teriam embaraçado as investigações, repassaram informações da atuação dos agentes em tempo real, bem como teriam auxiliado em crimes graves, como tortura, realizando o levantamento de dados das vítimas, além de intermediarem a comunicação entre os líderes da organização criminosa, que estão presos, com outros integrantes que estão soltos.

O grupo criminoso contou ainda com a ajuda de um policial militar de Sinop, que enviou ilegalmente dezenas de boletins de ocorrência para os advogados. Os boletins depois eram encaminhados aos líderes da facção criminosa que se encontram detidos no sistema penitenciário. Em tempo real, aqueles que mantinham a organização e o controle do tráfico de drogas conseguiam informações sobre a atuação policial, tanto da Polícia Civil quanto da Militar.

Durante as buscas na casa de uma jurista ainda não identificada, os agentes encontraram R$ 100 mil em espécie, montante que foi apreendido pela operação. 
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