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Sábado, 27 de abril de 2024

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Emanuel teria cobrado propina de R$ 30 mil para manter contrato com empresa visando cobrir gastos de campanha

Foto: Reprodução

Emanuel teria cobrado propina de R$ 30 mil para manter contrato com empresa visando cobrir gastos de campanha
Uma das principais provas usadas pelo Ministério Público do Estado (MPE) para embasar o pedido de afastamento de Emanuel Pinheiro (MDB) do cargo de prefeito de Cuiabá foi uma gravação ambiental em que uma servidora conversa com o assessor executivo da secretaria municipal de governo, Gilmar de Souza Cardoso. Emanuel foi afastado nesta segunda-feira (4) por decisão do desembargador Luiz Ferreira da Silva, acusado de chefiar organização criminosa que causou rombo milionário na pasta da Saúde da capital.

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Em um dos diálogos interceptados pelas investigações policiais, Mhayanne Escobar Bueno Beltrão Cabral, que foi alvo de operação da Polícia Federal, conversa com Gilmar de Souza Cardoso, e afirma para ele que o ex-secretário de Saúde e apontado como cabeça do grupo, Célio Rodrigues pediu, sob ordem de Emanuel, R$ 30 mil de propina para que fosse mantido um contrato com a empresa LB, pois ele precisava utilizá-lo para cobrir os gastos que estava tendo com campanhas políticas.

Vale lembrar que a LB Serviços Médicos já foi alvo de outras operações contra esquemas na saúde por firmar contratos possivelmente irregulares com a administração pública. A LB Serviços Médicos Ltda foi um dos alvos da Operação Espelho, deflagrada em junho de 2021, e que investigava irregularidades na execução de contratos de serviços de médicos plantonistas para o Hospital Metropolitano de Várzea Grande. A empresa também foi favorecida em licitações para trabalhar no Hospital Municipal de Cuiabá - HMC. 

Outra prova usada pelo promotor Carlos Roberto Zarour Cesar, que ajuizou o pedido de afastamento, foi a interceptação realizada no celular do próprio Emanuel, evidenciando sua atuação como chefe da organização, cuja finalidade seria, além de angariar apoio político, desviar dinheiro público.

Relatório técnico elaborado pelo Grupo Operacional Permanente (GOP) do Ministério Público evidenciou, por meio de conversa travada entre Emanuel e Célio Rodrigues, na condição de diretor da Empresa Cuiabana de Saúde Pública, em 2021, que o prefeito encaminhou dados da pessoa jurídica Comissão Provisória Municipal de Várzea Grande do PTB, juntamente com as respectivas informações bancárias e, em seguida, Célio envia o comprovante do depósito de R$ 15 mil para beneficiário indicado por Pinheiro.

“Nesse relatório, constatou-se que Leilson era “laranja” de uma empresa operada por CÉLIO (Cervejaria Cuyabana), ou seja, que EMANUEL se utilizava de empresas privadas do comparsa CÉLIO para atender seus próprios compromissos. Isso demonstra total alinhamento entre EMANUEL e CÉLIO para a realização de funções que vão além da administração do município, notadamente o gasto de dinheiro público desviado por CÉLIO, para atender interesses pessoais do Prefeito”, escreveu o promotor.


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