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Sábado, 27 de abril de 2024

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MEDO DE SER DELATADO

Suposto líder de grupo que sonegou milhões teria ajudado empresário que foi assassinado a sair da cadeia

Foto: Reprodução

Na colagem, o empresário Wagner

Na colagem, o empresário Wagner

Preso acusado de liderar esquema que sonegou mais de R$ 300 milhões em ICMS, Bruno Cicaroni Alberici teria ajudado Wagner Florêncio Pimentel a sair da cadeia. Wagner foi assassinado em 2019 e era apontado como chefe de organização que teria sonegado R$ 140 milhões, desarticulada na operação “Crédito Podre”, de 2017.

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De acordo com as informações contidas na decisão da juíza Helícia Vitti Lourenço, que autorizou as operações desencadeadas nesta quarta-feira (31), em Cuiabá, Wagner delatou todo esquema desarticulado pela “Crédito Podre” e Bruno ficou com medo de ter seu nome nas declarações, uma vez que seria um dos seus principais comparsas.

Nas conversas interceptadas pelas investigações, Bruno diz ao delator Alexsandro Silva que “ele (Wagner) colocou nosso nome, ele era próximo de nós. Eu que ajudei ele a sair, ele não precisava ver isso”.

“Ele (Wagner) ficou com medo porque povo veio jogar mais um monte de crime em cima dele. De lavagem, tudo. Ai ficou louco pra assinar isso. Nós ajeitamos pra ele sair”, completou Bruno à Alexsandro.

Wagner Florêncio foi preso em 2019 acusado de liderar organização criminosa que sonegava impostos na venda interestadual de grãos e que foi alvo da "Operação Crédito Podre". Estima-se que cerca de R$ 140 milhões foram sonegados. Pouco antes de ser assassinado, ele teria demonstrado a intensão de delatar barões do agro e empresários que teriam participado das fraudes, o que pode ter motivado sua execução.

Já Bruno, preso nesta quarta, é apontado pela delação de Alexsandro como chefe da organização desarticulada pela Delegacia Fazendária e pela 14ª Promotoria de Justiça. De acordo com a investigação, a liderança de Alberici foi revelada diante de sua postura de negociação e oferecimento de parceria nas empresas que eram constituídas de fachada. 

Outro ponto destacado foi a identificação do numeral utilizado nas mensagens interceptadas, como sendo de Bruno. Transferências bancárias com dados informados por Bruno foram flagrados pelas investigações por meio das conversas interceptadas entre ele e o delator.

“Nos quais o colaborador realiza transferências bancárias com os dados informados por BRUNO e envia o comprovante de transferência em sua conta”.

No relatório que transcreveu os diálogos, Alberici chega a enviar um link de site de notícias informando sobre operações de combate às empresas de fachada espalhadas pelo país.

Receoso e preocupado que pudesse entrar na mira das ações, ele disse ao delator que estava “cabreiro” e que não iria “ficar boiando em Cuiabá”. Cinco dias depois, ele enviou sua localização nos Estados Unidos para Alexsandro.
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