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Domingo, 28 de abril de 2024

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OPERAÇÃO MERCENÁRIOS

Vigilante envolvido em 'grupo de extermínio' vai a júri por matar jovem em posto de VG

Foto: Reprodução

Vigilante envolvido em 'grupo de extermínio' vai a júri por matar jovem em posto de VG
O vigilante Claudiomar Garcia de Carvalho, denunciado como integrante do grupo de extermínio investigado na operação “Mercenários”, vai a júri popular pelo homicídio de Leandro Rodrigues e pela tentativa de ceifar a vida de J.K.B.S. Os crimes ocorreram em 2016, em um posto de combustível situado na Avenida da FEB, Várzea Grande.

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Em sentença proferida nesta quarta-feira (24), o juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, da 1ª Vara Criminal de Várzea Grande, admitiu as imputações feitas pelo Ministério Público e pronunciou Claudiomar, sobretudo levando-se em consideração as características do crime. Ainda não há uma data designada para a sessão do Tribunal do Júri.

Narrou a denúncia que no dia 11 de janeiro de 2016, por volta das 04h30, no Posto de Combustíveis Concórdia, “Doutor”, como Claudimar é conhecido, efetuou vários disparos contra Leandro, vulgo “Creminho”, ceifando sua vida no local dos fatos. Ele ainda tentou matar outra vítima, que foi atingida por cinco tiros, mas sobreviveu e conseguiu atendimento médico.

Examinando o conjunto probatório apresentado no processo, o juiz se convenceu da relação dos crimes cometidos por “Doutor” com os delitos executados pelo grupo de extermínio investigado na “Mercenários”.

Isso porque, segundo o magistrado, ambas as vítimas eram conhecidas por envolvimento em atividades criminosas, característica dos alvos do grupo de extermínio. Além disso, restou comprovado que o réu seria o responsável por guardar e fornecer as armas utilizadas na execução dos crimes.

“Neste momento, os elementos de convicção carreados aos autos indicam que o homicídio consumado e o tentado teriam sido cometidos mediante atuação direta de mais de uma pessoa, revelando, em tese, características de grupo de extermínio", asseverou o magistrado na sentença.

Claudiomar pugnou, nos memoriais finais, pela nulidade da ação por cerceamento de defesa, defendendo diligências adicionais para conferir o estado da cadeia de custódia da prova. No mérito, pediu pela impronuncia e, consequentemente, a exclusão das qualificadoras e da causa de aumento de pena.

Sobre o afastamento das qualificadoras, o magistrado pontuou que isso somente ocorre quando houver prova inconteste de que elas não estiveram presentes no momento do crime, o que não ocorreu no caso em questão.

Para o juiz, ficou claro que Claudiomar agiu por motivo torpe porque ele teria praticado as execuções com objetivo de ceifar a vida de pessoas que, supostamente, eram relacionadas com a prática de crimes.

Sobre utilização de recurso que dificultou a defesa das vítimas, o juiz apontou que “Doutor” e o comparsa que pilotava a moto surpreenderam Leandro e o sobrevivente. Testemunhas disseram que Claudiomar chegou no posto, rapidamente desceu da motocicleta e efetuou os disparos.

"Doutor" encontra-se detido na Penitenciária Central do Estado (PCE), onde cumpre pena de 22 anos de reclusão pelos crimes de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito; e de homicídio – ligado ao suposto grupo de extermínio.    

 
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