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Sábado, 11 de maio de 2024

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LAGOA TREVISAN

Justiça remarca audiência em processo em que Ledur é acusada de tortura contra aluno

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Justiça remarca audiência em processo em que Ledur é acusada de tortura contra aluno
Audiência de instrução sobre processo que investiga a tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur, acusada de ter cometido crime de tortura durante treinamento contra o aluno Maurício Júnior dos Santos, em 2015, foi reagendada pelo juiz Marcos Faleiros, da Vara Especializada em Justiça Militar. A instrução foi encerrada na tarde desta segunda-feira (20) e reagendada pelo juiz para às 13h30 do dia 19 de junho de 2023, ante ausência de testemunha que não pôde comparecer.


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A sessão havia sido designada com objetivo de ouvir as testemunhas de defesa da Tenente, que se ausentou da sessão porque ficou em repouso absoluto em virtude do seu quadro gestacional, que passou por intercorrências médicas durante a última noite.

Consta dos autos que, no início do ano de 2016, entre os meses de janeiro e fevereiro, durante o treinamento de salvamento aquático em ambiente natural do 15º Curso de Formação de Soldado do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso, realizado na Lagoa Trevisan, a denunciada submeteu o aluno Maurício Júnior dos Santos, que estava sob sua autoridade, com emprego de violência, a intenso sofrimento físico e mental, como forma de lhe aplicar castigo pessoal.
 
Apesar de apresentar bom condicionamento físico, bem como ter sido aprovado em todas as fases do concurso público para compor o quadro de servidores do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso, incluindo a etapa TAF (teste de aptidão física), Maurício demonstrou dificuldades na execução das atividades aquáticas, o que era visível a todos os alunos e instrutores 

Segundo ação, em uma dos dias de treinamento, após percorrer cerca de 40 metros, a vítima começou a sentir câimbras, sendo auxiliada por outros alunos, tendo, inclusive, recebido do uma boia ecológica.
 
Ocorre que, conforme o MP, já no meio do percurso, a denunciada determinou que os demais alunos seguissem com a travessia, deixando Maurício para trás. “A partir daí, como forma de aplicar castigo pessoal, a denunciada passou a torturar física e psicologicamente a vítima, quando, além de proferir palavras ofensivas, utilizando a corda da boia ecológica iniciou uma sessão de afogamentos, submergindo-a por diversas vezes”, diz trecho dos autos.
 
Ato contínuo, ainda conforme o MP, após alguns “caldos”, o ofendido já sem forças para emergir e respirar, segurou os braços de Ledur, implorando para que ela cessasse a atividade. A denunciada, por sua vez, além de a repreender gritando “Você está louco? Aluno encostando em oficial”, só interrompeu a sessão de afogamento quando a vítima perdeu a consciência.
 
Pouco tempo depois, o ofendido acordou desesperado, já nas margens da lagoa, momento em que veio a vomitar bastante água. “Se não bastasse, mesmo a vítima apresentando esgotamento físico e mental, a denunciada exigia, aos gritos, que Maurício retornasse para a água”. A vítima desmaiou novamente, sendo necessário seu encaminhamento à Policlínica do Coxipó.
 
Caso Rodrigo Claro
 
É o segundo processo aberto contra Ledur. Em decisão do dia 23 de setembro de 2021, por maioria, a Justiça Militar livrou a tenente bombeiro da acusação de tortura e morte do aluno Rodrigo Claro.

O crime foi desclassificado para maus-tratos, com pena privativa de liberdade estabelecida em um ano, a ser cumprida em regime inicial aberto, sem a perda da função.
 
A Justiça Militar já declarou extinta a punibilidade de Ledur na ação sobre o Aluno Rodrigo Claro.
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