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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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operação contra o tráfico

Lobista relatou preocupação com segurança ao encontrar ex-secretário: 'se eu não falar com você, já sabe onde procurar'

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Lobista relatou preocupação com segurança ao encontrar ex-secretário: 'se eu não falar com você, já sabe onde procurar'
Alvos da Operação Descobrimento, da Polícia Federal (PF), contra tráfico internacional de drogas, o lobista Rowles Magalhães Pereira da Silva e o ex-secretário de Estado Nilton Borgato tinham relação próxima e aparentemente conflituosa. Informações provenientes de quebra de sigilo telefônico revelam encontro em Cuiabá. Antes de efetivamente se dirigir ao local combinado, Rowles mostrou preocupação com sua segurança.

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Encontro entre o lobista e Nilton, segundo relatório da PF, ocorreu em Cuiabá, em janeiro de 2021. Rowles mandou mensagem a pessoa identificada como Ricardo Agostinho, dizendo que iria se encontrar com “Índio”, apelido dado a Nilton Borgato.
 
Mensagem informou ainda que o encontro ocorreria em um posto de combustíveis ao lado de um hotel na Avenida do CPA. “O primeiro fato que chama atenção desse encontro é que o Rowles estava preocupado com a sua segurança, uma vez que após informar o local do encontro afirma: ‘se eu não falar c vc já sabe onde procurar kkk’”, diz trecho do relatório. Conforme demonstrado na investigação, Rowles era amigo de Nilton, mas após um suposto golpe decorrente do pagamento de voo para transportar drogas, ambos brigaram.
 
Segundo a PF, Rowles Magalhães possui dupla nacionalidade (brasileira e portuguesa), o que facilita o seu trabalho na organização criminosa. Ele organizaria, juntamente com Ricardo Agostinho, os voos internacionais do Brasil à Europa para o tráfico de entorpecentes.
 
Nilton Borgato, vulgo índio, é contador, ex-prefeito de Glória D’Oeste e ex-Secretário de Ciências e Tecnologia do Estado de Mato Grosso, atuou, juntamente com Rowles, no comércio de produtos da COVID-19, como respiradores, máscaras e testes. Segundo a PF, em conluio com outras pessoas, também atuou diretamente no tráfico de internacional de entorpecentes.
 
As investigações da Operação Descobrimento tiveram início em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador (BA) para abastecimento. Após ser inspecionado, foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.
 
A partir da apreensão, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo). 
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