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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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crimes na TI Marãiwatsédé

Coordenador da Funai, sargento e ex-PM alvos da Operação Res Capta viram réus

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Foto da Operação Res Capta

Foto da Operação Res Capta

A juíza federal Danila Gonçalves de Almeida, da Vara de Barra do Garças, recebeu denúncia formulada pelo Ministério Público (MPF) em face de Jussielson Gonçalves Silva, Gerard Maxmiliano Rodrigues de Souza e Enoque Bento de Souza, detidos na Operação Res Capta. Os três atuariam como milícia, arrendando áreas para bovinocultura dentro da Terra Indígena Marãiwatsédé. Decisão é do dia seis de abril.

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“Lendo a referida peça, tenho por cumpridos os requisitos estampados no artigo 41, do Código de Processo Penal. A qualificação dos acusados e a classificação dos crimes encontram-se presentes na peça acusatória. Os fatos criminosos e respectivas circunstâncias foram satisfatoriamente expostos, de modo a possibilitar clara ciência dos fatos atribuídos, bem como o exercício da ampla defesa e definindo com precisão aquilo que deverá o Parquet se desincumbir de provar”, traz trecho da decisão.
 
Jussielson é militar da reserva e coordenador-regional da Funai de Ribeirão Cascalheira. Gerard Maxmiliano é policial militar da ativa no Amazonas, onde atua como 2º sargento. Enoc é ex-policial militar do mesmo estado que o ex-colega de farda, tendo atuado de 1989 a 2009.

As investigações tiveram início em setembro de 2021 na Delegacia da PF de Barra do Garças a partir de denúncia anônima informando que servidor da Funai, da Comarca de Ribeirão Cascalheira (380 km de Barra do Garças), estaria recebendo valores em dinheiro em troca de favores, no sentido de dar preferência a alguns indivíduos no arrendamento de terras dentro da reserva indígena Marãiwatsédé, para criação de gado.
 
Foi constatado que os investigados estariam cobrando valores de grandes fazendeiros da região para direcionar e intermediar arrendamentos no interior da Terra Indígena Marãiwatsédé.
 
Os pagamentos eram monitorados pelos investigados, que faziam o serviço de cobrança e retiravam da Terra Indígena os fazendeiros inadimplentes e direcionavam outros para ocuparem os locais deixados pelos arrendatários retirados. Além dos valores pagos, em tese, como propina ao trio, os fazendeiros arrendatários pagavam valores mensais a uma liderança Xavante, que totalizavam aproximadamente R$900 mil.
 
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