Maioria dos desembargadores do Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) votaram para aceitar denúncia contra o promotor de Justiça Marco Aurélio de Castro, acusado de vazar ilegalmente interceptação telefônica em que o ex-governador Silval Barbosa conversa com o desembargador Marcos Machado. O desembargador Carlos Alberto pediu vista para avaliar o cometimento do crime de interceptação ilegal.
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Oito desembargadores que compõem Órgão Especial do Tribunal de Justiça votaram para aceitar a denúncia de vazamento. A ação penal foi proposta pelo próprio Ministério Público (MPE), órgão do qual
Marco Aurélio faz parte.
Marco Aurélio teria vazado para a TV Centro América áudio da ligação entre Barbosa e Machado. Na época, ele ocupava cargo de Coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO).
Segundo o relator do processo, o desembargador Rubens de Oliveira, existem indícios suficientes que comprovam que Marco Aurélio cometeu crime ao compartilhar informações que estavam em segredo de Justiça.
O desembargador Carlos Alberto pediu vista para avaliar o cometimento do crime de interceptação ilegal.
Entenda o caso
Então coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), Marco Aurélio de Castro teria repassado a terceiros áudios captados em interceptação de comunicações telefônicas à qual teve acesso em razão do cargo que ocupava.
Na ocasião da Operação Ouro de Tolo, contra a ex-primeira-dama Roseli Barbosa, o desembargador Marcos Machado teve conduta questionada após divulgação de uma escuta telefônica com Silval Barbosa.
Os áudios obtidos junto ao Ministério Público foram expostos pela TV Centro América. A reportagem veiculou um diálogo suspeito entre as partes, gerando especulações sobre possível favorecimento.
O promotor e a TV Centro América foram inclusive condenados a pagar indenização ao desembargador por conta da divulgação do áudio em outubro de 2021. O valor da condenação foi fixado em R$100 mil.