A retratação de Florindo José Gonçalves, ex-diretor jurídico da City Lar, no autos das ações penais provenientes da Operação Sodoma, que investiga esquemas para desvios de dinheiro liderados pelo ex-governador Silval Barbosa, deve livrá-lo de uma condenação por falso testemunho.
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Extinção de punibilidade será considerada desde que Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal, considere suficiente as informações repassadas por Florindo em audiência realizada na última quarta-feira (19).
O ex-diretor da City Lar foi acusado de ter mentido a Justiça no processo proveniente da Operação Sodoma, em sua primeira fase. A referida operação versa sobre um suposto esquema para concessão de incentivos fiscais ao empresário João Batista Rosa liderado pelo ex-governador Silval Barbosa.
Batista, dono da Tractor Partes, afirmou que entregou irregularmente a quantia de R$ 2,6 milhões para obter incentivo no Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic). Além de Barbosa, os ex-secretários Marcel de Cursi e Pedro Nadaf teriam exigido o pagamento.
No depoimento dado no dia 1º de fevereiro de 2016, Florindo Gonçalves afirmou que tinha encontrado com o empresário João Batista Rosa (delator do esquema) e o ex-secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf, para tratar sobre vendas de aparelhos de ar-condicionado para empresas do ex-secretário.
No entanto, as delações e investigações apontaram que a reunião seria para Nadaf tentar impedir João Rosa de denunciar a organização criminosa, que atuava na gestão de Silval Barbosa com fraudes à concessão de benefícios fiscais do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic).
Em sua retratação, Florindo confirmou que tentou impedir o contato de João Rosa com a Justiça, A pedido de Pedro Nadaf. O ex-funcionário da empresa explicou ainda que Erivelton da Silva, ex-presidente da City Lar, teve envolvimento na ação para barra João Rosa.