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Do RJ para a cadeia

Último alvo da Operação Seven, Chico Lima é encaminhado ao CCC após prisão no Fórum

17 Fev 2016 - 16:36

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Chico Lima vira o rosto para não ser fotografado ao chegar no CCC

Chico Lima vira o rosto para não ser fotografado ao chegar no CCC

O procurador aposentado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, foi preso às 16h desta quarta-feira (17) por agentes do Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ao sair das dependências do Fórum da Capital, ao termino de seu depoimento em processo que figura como réu, oriundo da “Operação Sodoma”. O mandado de prisão preventiva foi expedido pela juíza da Sétima Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Selma Arruda. Chico Lima teve mandado de prisão preventiva expedido por conta da "Operação Seven", em que também figura como suspeito.


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O mandado é resultado das apurações preliminares da mais recente operação do órgão do Ministério Público Estadual (MPE), “Operação Seven”, em que Chico Lima também figura como suposto membro de um esquema que avaliado, até o momento, em R$ 7 milhões em fraudes de compra ilegal de área que já pertencente ao Estado.

Segundo a defesa de Chico Lima, ele estava tranquilo no momento da prisão. Os advogados reafirmam que o réu não oferece qualquer periculosidade. Sua filha presenciou a cena da prisão e ficou muito nervosa. Precisando ser tranquilizada pelo próprio Chico Lima.

Chico Lima vive em sua residência no Rio de Janeiro e estava sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, como medida cautelar resultante da Operação Sodoma. Pego, está sendo, neste momento, levado para o Centro de Custódia da Capital (CCC).

Participação de Chico Lima no esquema da Sodoma:

Frederico Muller Coutinho, sócio da empresa de factoring, relatou em depoimento à Polícia Civil que Chico Lima levou seis cheques no valor de R$ 83.333 para trocar, totalizando quase meio milhão de reais. Parte desse valor foi entregue a Chico em dinheiro, e a maioria foi trocado por cheques de outros clientes da factoring.

Frederico relatou que ficou preocupado quando soube quem era Chico Lima, “sabendo que essa pessoa era vinculada ao Governador Silval Barbosa e, que seria a pessoa responsável fazer a ‘correria’ em levantar dinheiro para o Grupo Político do Silval Barbosa. Em virtude disso pediu ao seu sócio Filinto procurar Chico Lima para saber a origem desse crédito, tendo Chico Lima confirmado para Filinto que esses valores eram destinados ao grupo político do Governador Silval Barbosa”, conforme trecho do depoimento.

O sócio da factoring declarou, ainda, que na reunião realizada entre Chico Lima e seu sócio Filinto, o procurador disse: “não posso assinar uma promissória em meu nome, assumindo uma dívida pelo fato de estar aqui representando interesse do Silval Barbosa”. E completou: “... valores como esse pro Silval é (sic) igual banana na guela de véio". Consta ainda nos autos que, por ordem Chico Lima, foi feito um depósito no valor de R$ 25.000 para o ex-chefe de gabinete do então governador Silval Barbosa, Silvio Correa.

Participação do mesmo no esquema da Seven:

Junto com o ex-governador, Silval Barbosa, do ex-secretário chefe da Casa Civil e de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Pedro Nadaf, o procurador aposentado, Francisco de Andrade Lima Filho (Chico Lima) constituiu uma “organização criminosa [que] instalou-se na cúpula do Poder Executivo Estadual” e que “infectava a Administração Estadual”, é o que afirma o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público Estadual (MPE), em sua mais recente denuncia, datada em 05 de fevereiro (sexta-feira). Trata-se das primeiras conseqüências legais da “Operação Seven”, que investiga fraudes no Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) e cujos danos aos cofres públicos ultrapassariam R$ 7 milhões.

Declaração de Falência:

O juiz da Quinta Vara Especializada da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Roberto Teixeira Seror, declarou no último sábado, a insolvência (falência) de Chico Lima. O juiz reconheceu a incapacidade de Chico Lima quitar suas dívidas, ainda que penhore seus bens.

De acordo com os autos, Chico Lima exerceu mandato de vereador em Santo Antônio do Leverger e presidiu Câmara Municipal da cidade no ano de 1989. À época, já havia sido condenado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) por irregularidades apontadas em sua prestação de contas. A divida à ser paga, em multas, era avaliada em R$ 127.667 mil. Entretanto, 15 anos depois, já em 2004, o Ministério Público de Mato Grosso indicou que a dívida, recalculada por valores atualizados, corresponderia, naquele ano, à quase R$ 260 mil. Todavia, Lima não possuía bens para quitar a ordem de penhora. Situação que se estendeu até este ano.

Mais informações em instantes.
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