O delator da ‘Operação Ventríloquo’, advogado Fábio Joaquim Fábio Mielli, ratificou nesta manhã, 26, à juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal, que José Geraldo Riva concordou em pagar, no ano de 2014, os valores devidos ao banco HSBC, mas em contrapartida, exigiu que o mesmo devolvesse 50% do valor por meio de depósitos a pessoas que ele indicaria.
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Para magistrada, ele negou ainda que tenha destinado valores para familiares de Riva. Declarou ainda desconhecer os filhos do ex-deputado, Janaína e José Geraldo Riva Júnior e também, Janete Riva.
A pedido da defesa de Fábio, patrocinada pelo advogado Huendel Rolim, José Geraldo Riva e o ex-secretário de Finanças da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Luiz Márcio Pommot, não puderam acompanhar a audiência.
A delação de Fábio serviu para investigação do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que apura o desvio da quantia de R$ 9,6 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT).
O advogado reiterou que foi procurado pelo advogado Júlio Cesar, em 2012, e que este lhe garantiu a possibilidade de ajudar a firmar um acordo sobre a demanda judicial do HSBC contra a Assembleia. Na sequência, ele se reuniu com Riva e com o então secretário de Finanças da Casa de Leis, Luiz Márcio Pommot.
Entenda:
A Operação Ventríloquo, iniciada em julho de 2015, teve início a partir da delação premiada do advogado Joaquim Miele, que representava o banco HSBC em uma demanda contra a Assembleia Legislativa de Mato Grosso. O advogado entregue à Justiça todo o esquema, no valor de R$ 9,6 milhões, envolvendo o antigo Banco Bamerindus, atual HSBC, durante gestão do ex-deputado Riva. Júlio Cesar Dominques, Andenson Flávio de Godói e Luiz Márcio Bastos Pommot também tornaram-se réus.