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Domingo, 05 de maio de 2024

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JULGAMENTO DO 'CASO DO FORNO'

Após quase 4 anos, mãe de jovem morta em forno de pizzaria ainda não pôde enterrar as cinzas da filha

19 Nov 2015 - 15:40

Da Cobertura - Paulo Victor Fanaia / Da Redação - Túlio Paniago

Foto: Reprodução

Weber Melquis  confessou o crime

Weber Melquis confessou o crime

A mãe da jovem Katsue Vieira, que, em 2012, foi morta a facadas e teve o corpo carbonizado em um forno de pizzaria, em Cuiabá, afirmou que, quase quatro anos após o crime, ainda não pôde fazer o enterro das cinzas da filha, que se encontram no Instituto Médico Legal (IML). Dona Maria Eunice dos Santos contou que, na época, ficou sabendo da morte de Katsue pela imprensa e que só reconheceu a filha pelo anel e tornozeleira que restaram no forno, junto às cinzas e o crânio da vítima.

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Os depoimentos emocionados da mãe foram dados no julgamento público do réu confesso, o pizzaiolo Weber Melquis Venande de Oliveira, que acontece na tarde desta quarta-feira no Fórum de Cuiabá. O assassino trabalhava no local do crime e era filho do proprietário do estabelecimento. Ele é acusado de homicídio qualificado (12 a 30 anos) e ocultação de cadáver (1 a 3 anos), portanto pode pegar até 33 anos de prisão, como defende o promotor de justiça Vinícius Gaiva.

A mãe, muito emocionada, chegou a fazer um desabafo, dizendo que sua vida perdeu o sentido após a morte da filha. “Não tenho vida mais. Durmo com ajuda de remédios, faço tratamento psiquiátrico. Minha vida acabou”, declarou. Ela ainda contou que Katsue deixou um filho (11) e uma filha (8), que, atualmente, moram com a família do pai, o ex-marido da vítima.

Em certo momento da audiência, a mãe da vítima chorava tanto que mal conseguia falar. Então a sessão teve que ser momentaneamente interrompida. Depois, um pouco mais calma, disse que espera que a condenação do réu. "Espero que pegue muitos anos de cadeia e pague pelo que fez com minha filha", concluiu.

Entenda o caso

Weber e Katsue teriam se encontrado em uma boate, onde consumiram drogas. Ela e outras amigas, segundo os autos, estariam fazendo programa. Após saírem do local, continuaram consumindo bebida alcoólica e drogas e, por volta de 5h15, Weber teria atraído Katsue com o pretexto de comprar mais drogas. O réu levou a vítima até a pizzaria e, de forma inesperada, desferiu três golpes de faca na região do pescoço da jovem.

“Após a vítima perder os sentidos, o denunciado atirou seu corpo no forno da pizzaria e acendeu o fogo. Enquanto Katsue queimava, num ato de extrema lucidez, o denunciado lavou o estabelecimento, demonstrando a sua intenção de não somente impossibilitar a identificação da vítima, como também, de apagar os vestígios do homicídio por ele praticado”, diz trecho da denúncia.

Na manhã seguinte, por volta das 10h, um menino entrou na pizzaria e viu sangue escorrendo. A vizinha ligou para o proprietário do estabelecimento pedindo para abrir o local. Além de sangue no chão, o forno estava aceso e a temperatura muito quente. A polícia já havia sido acionada e abriu o forno, onde encontrou brasa e o crânio da vítima. E, posteriormente, também foram achados os pertences de Katsue, que ajudaram a mãe a reconhecer o corpo da filha.
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