O magistrado federal Jair Araújo Facundo, da 3ª Vara da Justiça Federal do Estado do Acre, acolheu, no dia 30 de setembro, pedido José António Trevisan Vedoin e Darci José Vedoin, envolvidos na “máfia do sanguessuga”, para que a delação formulada por ambos, entregue à Justiça de Mato Grosso gere perdão judicial. A defesa dos colaboradores, considerados como a cúpula da máfia, é responsabilidade do advogado Valber Melo.

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A Máfia das Sanguessugas foi uma organização criminosa que, entre 2002 e 2006, montou esquema de fraudes a licitações para venda de ambulâncias superfaturadas a prefeituras de vários Estados. Os prejuízos aos cofres públicos são estimados em mais de R$ 110 milhões. Na ocasião, foram desviadas verbas federais obtidas por meio de emendas parlamentares. Desde o início das delações, em Mato Grosso, foram citados cerca de 80 parlamentares envolvidos com as Sanguessugas.

Segundo os autos, a assessoria jurídico dos Vedoin “requereu que [...] reconheça a extinção da punibilidade dos réus pelo perdão judicial, em face de delação premiada ofertada no Mato Grosso, nos autos que serviram de base para a presente ação, bem como diversas espalhadas pelo Brasil, em várias das quais a delação foi acolhida”.

Conforme declarado pelo advogado, o próprio Ministério Público Federal, autor da ação, ofereceu manifestação no sentido de que seja estendido os efeitos da delação realizada perante a Justiça Federal do Estado do Mato Grosso. Os réus prestaram declarações nos autos, colaborando para a elucidação dos crimes.

“Desta feita, acolho a manifestação ministerial, estendendo aos réus José António Trevisan Vedoin e Darci José Vedoin os efeitos da delação premiada realizada perante a Justiça Federal do Mato Grosso, sob a condição de que as declarações prestadas sejam confirmadas neste Juízo”, decidiu Jair Araújo.