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Domingo, 05 de maio de 2024

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NOVO PROCESSOS

“Edição Extra” solicita perícia para finalizar inquérito que gerou ação contra Riva, Savi e empresário

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

“Edição Extra” solicita perícia para finalizar inquérito que gerou ação contra Riva, Savi e empresário
A Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública, da Polícia Judiciária Civil, solicitará perícia contábil para finalizar as investigações da operação “Edição Extra”, deflagrada em 18 de dezembro de 2014, para apurar fraudes em licitação do Estado, estimadas em 40 bilhões, envolvendo o segmento de empresas do ramo de gráfico. Em consequência das averiguações, Jorge Luiz Martins Defanti, José Riva (PSD), o deputado Mauro Savi (PR) e os servidores públicos Luiz Márcio Pommot, Djan da Luz Clivati e Gleisy Ferreira de Souza passaram a ser réus em ação civil proposta pelo Ministério Público de Mato Grosso.

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A operação levou à prisão os secretários-adjuntos Elpídio Spiezzi Júnior (Secom) e José de Jesus Nunes Cordeiro (SAD). Os empresários Fabinho Defanti, dono da Gráfica Print, e os irmãos Jorge e Dalmi Defanti, sócios da Gráfica Defanti também foram detidos. Nas investigações foram ouvidas 54 pessoas, sendo 32 servidores, sobre às fraudes na licitação. O inquérito 054/2013 tem 11 volumes com 35 anexos.

A análise contábil será feita pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) em todos os processos de pagamentos das secretarias que aderiram ao pregão 093/2011, para compras de materiais gráficos, notas de saída e entrada de insumos das 12 gráficas investigadas e que ganharam lotes do pregão, além de notas fiscais da Secretaria de Estado de Fazenda e pagamentos do imposto ISSQN.

A investigação espera confirmar se o valor de R$ 26 milhões pagos as gráficas, conforme auditoria da Controladoria Geral do Estado (CGE), se de fato corresponde ao fornecimento real de produtos impressos a órgãos do Estado de Mato Grosso. "Precisamos ver o que realmente foi executado e teria sido gasto de materiais", explicou a delegada Liliane de Souza Murata Costa, que preside o inquérito policial.

De acordo com a delegada, cada gráfica utilizou mais que 100% do valor de seu lote no pregão 093/2011,homologado para fornecimento de R$ 40 milhões em serviços gráficos. “As pessoas que tinham para ser ouvidas já foram todas oitavadas, inclusive as que estavam agora para o final, que eram os fiscais de contratos de todas as secretarias que aderiram o pregão. Agora vamos aguardar que seja feita a perícia contábil em todos os processos de pagamentos, as notas fiscais de entrada e saída das gráficas, tanto da Sefaz e ISSQN, e, com esse resultado , amos finalizar”, afirmou.

Em depoimentos, os servidores que atestaram as notas de entrega de materiais gráficos para divulgação institucional, alguns afirmaram que não conferiram o recebimento do material e que o papel deles era apenas atestar as notas.

A Polícia Civil também solicitou a 7ª Vara do Crime Organizado compartilhamento de provas para utilizar em outro inquérito, que investiga a participação da Assembleia Legislativa de Mato Grosso no consumo de R$ 55 milhões em serviços gráficos com as mesmas empresas, entre o ano de 2011 a setembro de 2012.“As denúncias foram concomitantes, mas instaurados inquéritos separados”, disse a delegada Liliane Murata.

Segundo a investigação, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso aderiu ao pregão da Sad (093/2011) e consumiu nesse pregão 16 milhões. Posteriormente fez novo pregão (015/2012) e consumiu mais R$ 32 milhões em material gráfico e num terceiro pregão de 2010 gastou o valor mínimo de R$ 17 milhões, que somando tudo dá R$ 69 milhões, mas sendo consumidos R$ 55 milhões.

As informações foram encaminhadas pela 14ª Promotoria de Justiça e Defesa da Administração Pública e da Ordem Tributária de Cuiabá, no final do ano de 2014, e à Delegacia Fazendária solicitou autorização do Tribunal de Justiça, por envolver pessoas com foro privilegiado, para instauração do inquérito policial, que visa apurar a enorme quantidade de compra de materiais de divulgação institucional, no período de 2010 a 2012. O inquérito foi instaurado em novembro de 2014.

No final da investigação da operação “Edição Extra”, os envolvidos no esquema das gráficas poderão ser indiciados nos crimes fraudes a licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e ainda é analisado o enquadramento em lavagem de dinheiro.

A investigação está inserida na operação “Karcharias”, da Polícia Judiciária Civil, para conclusão de 200 inquéritos de crimes contra a administração pública, tributários e corrupção. Deverão ser finalizados 100 inquéritos pela Delegacia Fazendária e 100 no interior do Estado, em andamento nas delegacias de polícia.
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