Um inquérito sigiloso contendo 326 páginas, fruto da operação Ararath, foi entregue, na última segunda-feira (12), ao juiz federal Jeferson Schneider. A documentação trata sobre a suspeita do crime de lavagem de dinheiro operado pelo ex-secretário de fazenda, Eder Moraes, em conjunto com o empresário Junior Mendonça e o proprietário do grupo comercial Martelli Transportes, Genir Martelli. Conforme depoimento do ex-comandante da Sefaz em Mato Grosso, um valor estimado em 21,5 milhões teria sido desviado.

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O magistrado da 5ª vara federal tem até o dia 22 de janeiro para analisar o inquérito. O processo sigiloso, que foi entregue via malote, é um desdobramento das investigações iniciadas na operação Ararath (IPL 182/2012), encabeçada pela polícia federal em conjunto com o Ministério Público Federal.

O suposto esquema de desvio e lavagem de dinheiro apresentava como pilar central o empresário Junior Mendonça, homem responsável por negociar empréstimos pessoais, pagos posteriormente com dinheiro sujo, neste caso, supostamente fruto das relações com a Martelli Transportes, servindo ao interesse de determinados nomes da classe política de Mato Grosso.

Após firmar com a Polícia Federal e Ministério Público Federal um termo de delação premiada para ter redução ou até mesmo a pena extinta em processos criminais, Mendonça é um dos principais contribuintes para investigação.

A empresa Martelli Transportes é mais uma corporação investigada por supostos esquemas de desvio de dinheiro. Eder Moraes já havia afirmado, durante depoimento ao Ministério Público Estadual, que cerca de R$ 40 milhões, retirados dos pagamentos irregulares feitos junto à empreiteira Encomind Engenharia LTDA, teriam sido desviados do Estado para o financiamento de campanhas eleitorais em Mato Grosso.