O procurador-geral do Estado, Marcelo Ferra, encaminhou ao Ministério Público Estadual de São Paulo a representação contra o "apóstolo" e presidente da Igreja Mundial do Poder de Deus, Valdemiro Santiago, acusado de ter utilizado dinheiro doado por fiéis para enriquecimento pessoal.
A representação teve início no Ministério Público Federal, em Mato Grosso, porém como inicialmente não teriam constado danos à União, os autos foram encaminhados ao MPE que, por sua vez, declinou ao Estado de São Paulo a competência, considerando o fato de a sede da igreja encontrar-se na capital paulista.
Valdemiro Santiago teria adquirido fazendas em Mato Grosso na região de Santo Anônio do Leverger (43 km de Cuiabá). Inicialmente o líder religioso negou a compra das terras, porém documentos do Cartório do 2º Ofício da cidade contendo a assinatura do apóstolo comprovam a aquisição das propriedades. Além dos documentos, Santiago esteve por duas vezes no estabelecimento notarial.
As denúncias de que Valdemiro Santiago possui várias propriedades rurais, as quais somam 26,1 mil hectares e valem mais de R$ 50 milhões, foram feitas pelo programa Domingo Espetacular, da Rede Record, de propriedade do "bispo" Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, da qual o "apóstolo" é dissidente.
Após a reportagem, o Ministério Público Federal em Mato Grosso instaurou um procedimento para investigar a veracidade da denúncia de enriquecimento ilícito e fraude contra o sistema financeiro nacional cometido pela Igreja Mundial do Poder de Deus.
Segundo o MPF, caso o Ministério Público de São Paulo constate lesão à União ou sonegação de impostos, o procedimento pode ser desmembrado e a instituição Federal retomar o procedimento.