Em todo o Brasil, 270 cursos de graduação não vão ter vestibulares para o ano que vem porque obtiveram conceitos insatisfatórios na avaliação do Ministério da Educação (MEC) duas vezes consecutivas. Esses cursos conseguiram notas 1 ou 2, em uma escala que vai até 5, no conceito preliminar de curso (CPC) do ano passado. Foram considerados satisfatórios os cursos com conceito 3 ou mais.
A maioria dos cursos com resultados insatisfatórios são de administração (103), seguido por ciências contábeis (51) e direito (38). Três cursos de direito oferecidos em Mato Grosso estão na lista divulgada hoje (6) pelo MEC, que decidiu suspender o vestibular do Centro Universitário de Várzea Grande e da Faculdade Afirmativo e fechar o vestibular da Faculdade Católica Rainha da Paz.
Veja lista de cursos que terão o vestibular suspenso ou fechado em MT
O Centro Universitário de Várzea Grande e a Faculdade Afirmativo apresentaram uma melhora do índice de 2009 para 2012; por isso, poderão ter as sanções revistas e, caso cumpram o protocolo de compromisso, poderão reabrir o vestibular no segundo semestre de 2014. Já a Faculdade Católica Rainha da Paz não poderá reverter a situação já em 2014.
Indicadores
O CPC é composto por diversos indicadores: 1. notas no exame nacional de desempenho de estudantes (Enade) correspondem a 55% da nota do CPC; 2. infraestrutura e instalações têm peso de 15% no índice; e recursos didático-pedagógicos e corpo docente respondem pelos outros 30%.
Veja os conceitos dos cursos (oferecidos em MT) afetados pela decisão do MEC:
-Centro Universitário de Várzea Grande (Várzea Grande) – direito [vestibular suspenso]
CPC 2009: 2 (1,492)
CPC 2012: 2 (1,893)
-Faculdade Afirmativo (Cuiabá) - direito [vestibular suspenso]
CPC 2009: 2 (1,259)
CPC 2012: 2 (1,371)
-Faculdade Católica Rainha da Paz (Araputanga) – direito [vestibular fechado]
CPC 2009: 2 (1,865)
CPC 2012: 2 (1,669)
Inspeção
O MEC anunciou que fará uma inspeção presencial em todos os cursos de direito oferecidos no país. A medida faz parte do acordo firmado neste ano com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para revisão do ensino jurídico. Os cursos deverão ser analisados no que tange ao corpo docente, à infraestrutura e à organização didático-pedagógica. O MEC já havia suspendido a criação de novos cursos de direito e, desde 2012, não são criadas novas vagas.
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