O advogado e ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, que defende a ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello, afirmou nesta segunda-feira (2) que sua cliente tem "muitas habilidades" e que poderá dar aulas de balé ou de línguas para outras detentas.

Condenada no julgamento do processo do mensalão a 16 anos e 8 meses de prisão em regime fechado, ela começou a cumprir uma parcela da pena (14 anos e 5 meses) porque o restante ainda está pendente de recurso.

José Carlos Dias falou sobre sua cliente após se reunir com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do mensalão, Joaquim Barbosa. Ele reiterou pedido para que ela seja transferida para Minas Gerais. A Procuradoria Geral da República já deu parecer favorável, mas a decisão será de Barbosa.

Dias afirmou que, caso Kátia Rabello seja transferida para Belo Horizonte, cidade onde tem residência, pedirá autorização para trabalho dentro do presídio.

"Ela quer trabalhar no presídio, ela tem muitas habilidades. É professora de balé, quituteira, faz trabalhos manuais, pode ser muito útil a outras presas. Além de dar a ela uma razão de viver seus dias, ainda tem benefício de remissão (redução da pena por trabalho). Uma das habilidades é o conhecimento de outras línguas e isso também pode ser útil", destacou José Carlos Dias.

Segundo o advogado, Barbosa disse que avaliará o pedido de transferência em até três dias.

"Viemos reiterar pedido já feito dirigido a ele para que ela seja transferida para Belo Horizonte. Temos a convicção de que será deferido o pedido. Há parecer favorável do MP. Havia necessidade de comprovação de vaga em reigme fechado em BH e existe vaga, mostramos ao presidente. Ele se comprometeu a dar decisão em dois ou três dias. Temos convicção de que vai deferir o pedido."

Mudança de presídio
José Carlos Dias destacou que está preocupado com o fato de a cliente estar no presídio feminino no Gama, conhecido como "Colmeia". A transferência ocorreu na tarde desta segunda.

O advogado informou que pediu à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal que seja assegurada a segurança de Kátia Rabello.

"Temos receio com a segurança dela. Está abalada, abatida. [...] Fizemos um apelo ao juiz da Vara de Execuções Penais para que transmitisse recomendações expressas [à penitenciária] para que ela fosse protegida."