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Tráfico de influência?

Herdeiros de magistrados são protagonistas e coadjuvantes em investigações da PF e Gaeco

02 Dez 2013 - 10:40

Da Editoria de Jurídico - Katiana Pereira

Tiago Dorileo, João Emanuel e Evandro, todos são alvo de investigações

Tiago Dorileo, João Emanuel e Evandro, todos são alvo de investigações

As operação Ararath, da Polícia Federal, e Aprendiz, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), tem em comum herdeiros de magistrados de Mato Grosso como alvos de interceptações telefônicas e busca e apreensão.


Um dos investigados na “Operação Aprendiz” é o presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, o vereador João Emanuel Moreira Lima, é filho do juiz aposentado no Tribunal de Justiça, Irênio Lima Fernandes, que foi aposentado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Três desembargadores e sete juízes foram alvos de um processo administrativo disciplinar instaurado no CNJ. O órgão apura denúncias de que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso teria autorizado pagamentos irregulares, com o objetivo de salvar uma cooperativa ligada à Maçonaria.

À época, a reclamação foi apresentada ao CNJ pelo então corregedor-geral da Justiça do Mato Grosso, Orlando Perri. Segundo o desembargador, os fatos investigados “comprometem seriamente a imparcialidade dos membros daquela corte”.

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Apontado como lobista pela Polícia Federal, o neto do desembargador do TJ-MT Ernani Vieira, falecido em 2010, Tiago Vieira de Souza Dorileo, foi um dos alvos de mandados de busca e apreensão como parte de ações da Operação Ararath, deflagrada para combater crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro.

Um dos mandados foi cumprido em uma residência no condomínio Florais em Cuiabá; outro em um escritório no edifício Top Tower, na Avenida do CPA, ambos de Tiago Vieira de Souza Dorileo.

Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal mediante autorização do desembargador do Tribunal Regional Federal, Luciano Tolentino Amaral, apontariam contatos entre Julier e o lobista. Tiago teria autuado como intermediador para a concessão da decisão beneficiando a empreiteira Encomind.

Tiago Dorileo também foi um dos denunciados na Operação Asafe, que investigou os esquemas de vendas de sentenças no Poder Judiciário de Mato Grosso. O neto do desembargador Ernani Vieira, era chamado de "Malandrinho" em um dos diálogos gravados pela Polícia Federal.

Já Evandro Viana Stábile investigado pelo Gaeco por participação no suposto esquema de fraude em licitações da Câmara de Cuiabá e falsificação de documento público. Ele é filho do desembargador afastado do TJ-MT, Evandro Stábile.

Evandro Filho, que trabalhava como assessor parlamentar na Assembleia Legislatova de Mato Grosso (AL-MT), é um dos alvos da “Operação Aprendiz”, deflagrada pelo Gaeco na quinta-feira (28).

O filho do desembargador também foi citado no depoimento do policial civil Wilton Brandi Hohlenwerger Junior. O agente acusou o jovem de participar de esquema de falsificação de documentos para grilagem de terras. O depoente relatou que "pessoas ligadas a João Emanuel, dentre eles o filho do desembargador, teriam falsificado uma procuração e vendido, por meio desse documento falso, os dois terrenos da empresária da gráfica para Caio".

O pai de Evandro, o desembargador Evandro Stábile, é acusado de ser o principal articulador de um esquema de venda de sentenças em Mato Grosso. Ele está afastado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) onde tramita ação.

Outro lado

Segundo a defesa do vereador João Emanuel, a operação do Gaeco foi descabida já que estava na terceira etapa de juntada de dos documentos solicitados pelo MPE. De acordo com ele, todos os demonstrativos de pagamentos, notas e outras documentações já foram apresentadas.

Em entrevista ao Olhar Direto, Tiago Dorileo negou qualquer envolvimento no suposto esquema investigado pela Polícia Federal.

A reportagem não conseguiu contato com Evandro Viana Stábile.

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