O corretor de imóveis Renato Alves de Oliveira, 42 anos, preso quinta-feira (14) juntamente com o bacharel em direito, Divino Marra da Silva, 57 anos, acusados de fraudes para obter empréstimo milionário em banco, decidiu falar sobre o assunto, terça-feira (19). Renato contesta a denúncia de fraudes feita pelo cartório e apresentou uma escritura lavrada no mesmo cartório de 1996.

“Se essa escritura é falsa, ela já estava no cartório. Eu estava simplesmente prestando o meu trabalho de corretor de ir busca-la”, explica. Renato diz que foi várias vezes no cartório para obter o documento e na quinta-feira foi surpreendido porque o chefe do cartório pediu para ele aguardar e chamou a polícia para prendê-lo.

“Eu entendo que não havia necessidade de chamar a polícia, mesmo porque se existe alguma falha surgiu dentro do cartório”, acrescentou. O advogado do corretor, Rogério Nobrega, entende que houve excesso na prisão dos corretores, pois eles não estavam, portanto documento falso e estavam à procura de um serviço do cartório e na hora da detenção não tinha materialidade do crime que seria a prova sobre falsificação da assinatura.

Sobre este assunto, o delegado Wilyney disse que a Polícia Civil apura a possibilidade de funcionários do cartório estarem envolvidos, pois realmente havia uma escritura antes em nome do pretende do empréstimo de 1996 e depois o imóvel aparece com outro domínio em 2007. Renato pergunta como que no início de 2013, a mesma escritura já estava com nome do pretende.

A área de 9 mil hectares, que seria dada como garantia, pertence a uma família do Paraná e faz parte de inventário. O suposto golpe seria na liberação de Certificados de Direito Creditórios do Agronegócio (CDCA), no valor de R$ 30 milhões, junto ao banco paulista.