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Sábado, 27 de abril de 2024

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Assassinato de Sávio

Ex-homem forte do crime organizado, “comendador” Arcanjo deve ser julgado nos dias 24 e 25 de outubro

Foto: Reprodução

Ex-homem forte do crime organizado, “comendador” Arcanjo deve ser julgado nos dias 24 e 25 de outubro
O ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, que era conhecido como "Comendador", em função da outorga de um título por parte da Câmara Municipal de Cuiabá, deve sentar no banco dos réus e passar pelo crivo do Júri Popular nos dias 24 e 25 de outubro deste ano. Arcanjo é acusado de mandar matar o empresário Sávio Brandão, que era dono do jornal Folha do Estado, em setembro de 2002.

O senador Pedro Taques (PDT) indicou as datas na 1ª Vara Criminal de Cuiabá para prestar depoimento como testemunha de acusação arrolada pelo Ministério Público Estadual (MPE). Taques ainda não obteve resposta da juíza Mônica Perri Siqueira, que presidirá o Júri.

A juíza havia designado os dias 16, 22 ou 23 de outubro para o julgamento. Ocorre que nestas dadas Taques participa das sessões do Senado em Brasília, motivo que o impossibilita que comparecer. Na condição de parlamentar, o senador tem a prerrogativa de ser ouvido em dia e horário previamente ajustados entre ele e a magistrada, conforme previsto no Código de Processo Penal.

O testemunho de Taques é um dos mais importantes para o julgamento, pois na época do crime, ele era procurador da República em Mato Grosso e atou na Operação Arca de Noé, que desarticulou o império criminoso chefiado pelo bicheiro.

A relação de testemunhas, protocolada na pelo promotor João Augusto Gadelha, também consta o delegado Luciano Inácio da Silva, que investigou o assassinato do empresário; a irmã de Sávio, Luíza de Barros Lima; e o ex-diretor-geral do jornal Folha do Estado, Ciro Braga Nego, que teria recebido a visita de representantes do ex-bicheiro, alertando-o para que Sávio Brandão parasse de publicar reportagens envolvendo Arcanjo.

O crime

Sávio Brandão foi executado na tarde do dia 30 de setembro de 2002, quando visitava obras da nova sede de seu jornal localizada no bairro Consil. Foram disparados três tiros de pistola 9mm, que atingiram a cabeça do empresário.

Segundo testemunhas, dois homens ocupando um moto o aguardavam numa esquina da rua e se aproximaram do empresário já atirando.

Queda do império

A Operação Arca de Noé, desencadeada pela Justiça e Polícia Federal, deflagrada no final de 2002, deu inicio à desarticulação do "império" criado por João Arcanjo, que era detentor de um poder paralelo no Estado, com grande potencial econômico, além de exercer forte influência na sociedade.

Arcanjo está preso desde 2007 na Penitenciária de Segurança Máxima de Mato Grosso do Sul.

A transferência para o Estado vizinho se deu após a Operação Arrego, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, comprovar que o comendador continuava liderando o jogo do bicho de dentro da Penitenciária Central de Cuiabá, no bairro Pascoal Ramos.

Ele é acusado de ser o principal bicheiro de Mato Grosso, de ter sonegado mais de R$ 840 milhões em impostos, ser o mandante do assassinato do jornalista Domingos Sávio Brandão de Lima Júnior, então dono do jornal Folha do Estado, em 2003.

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