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Domingo, 28 de abril de 2024

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A ponta do iceberg

Protestos pela moralidade, PEC 37 e gastos com Copa levam 250 mil às ruas do país

Foto: Vinícius Tavares - OD

Congresso tomado pela multidão

Congresso tomado pela multidão

As mais de 250 mil pessoas que se mobilizaram pela internet e saíram às ruas nas principais capitais brasileiras para protestar não criticavam apenas o aumento das passagens de ônibus em São Paulo e a violenta repressão policial ocorrida na capital paulista.

Os manifestantes que invadiram a marquise do Congresso Nacional, em Brasília, na noite de segunda-feira (17), foram motivados por indignação contra a corrupção, contra a PEC 37 (Proposta de Emenda Constitucional) que tira poderes de investigação do Ministério Público e contra os gastos na Copa do Mundo.

Foi a maior mobilização popular no Brasil depois de o Impeachment do ex-presidente Fernando Collor, que ficou conhecida como o movimento dos “Caras Pintadas”, em 1992, e do movimento pelas eleições "Diretas Já", entre 1984 e 1985, motivada pela Emenda Dante de Oliveira.

Protesto reúne mais de 6 mil pessoas e faz “tremer” a rampa do Congresso Nacional Veja fotos

A promotora de Justiça, Lindinalva Rodrigues Dalla Costa, acredita que a manifestação pode adiar a votação da PEC 37, agendada para o próximo dia 26. "Ao longo das quase seis horas de manifestação, os jovens entoaram palavras de ordem sobre temas variados e demonstraram que o protesto era suprapartidário. Entre os alvos está a PEC 37. Tenho a impressão que a votação da famigerada PEC 37, marcada para a semana que vem, será adiada", comentou.

Para a produtora cultural Marina Lessa, que estava no gramado do Ocngresso e cmoemorava o momento histórico, o problema maior é a realização da Copa do Mundo, em que o Brasil passou por um processo de maquiagem dos problemas para mostrar ao mundo um país que não existe.

Novos prostestos são organizados para esta semana em Cuiabá

“O Brasil acordou. O Buraco do Tatu (túnel da rodoviária de Brasília) está sendo todo pintado e revitalizado por causa da Copa do Mundo. Por que não fazem isso durante o ano?”, questiona.

A também produtora cultural Sara Loyola afirma que os fatos ocorridos em São Paulo são apenas a ponta do iceberg. “O Brasil tem muitas demandas que culminaram neste protesto, como falta de saúde, educação, segurança. Também temos de protestar contra o (pastor) Feliciano, Sarney, Renan (Calheiros) e contra o estatuto do nascituro”, destaca em relação ao projeto que prevê o direito ao pagamento de pensão alimentícia, equivalente a um salário mínimo, às crianças concebidas por estupro.

O arquivista Luis Antônio, de 31 anos, não se surpreendeu com a movimentação. Segundo ele, trata-se de uma mobilização articulada por movimentos de todo o país que não integram partidos políticos.

“Estamos aqui demonstrando a nossa indignação pelos gastos excessivos com os estádios da Copa enquanto há falta de estrutura nas estradas, nos hospitais, nas escolas. As coisas mais importantes são colocadas de lado”.

Os funcionários públicos Inês Amaral e Wagner Lucena receberam convocação pelas redes sociais. “A indignação é como um todo contra a corrupção e a imoralidade na política”, destaca Inês.

Houve cenas de violência em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, onde as polícias militares tiveram que conter manifestantes mais exaltados. Novos protestos em Brasília estão previstos para a próxima quinta-feira (20) e para o dia 30.

Atualizada às 10h46

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