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Sábado, 27 de abril de 2024

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Advogado critica morosidade da Justiça e chama magistrados de "arrogantes e em crise de juizite"

Foto: Reprodução

Advogado critica morosidade da Justiça e chama magistrados de
O advogado Eduarti Matos Carrijo Fraga criticou a postura do juiz José Arimatéa Neves Costa, que fez um desabafo em uma decisão judicial proferida no último dia 18 de abril. Indignado, Carrijo, chamou os magistrados de "arrogantes" em crise de "juizite".

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Na decisão, Arimatéa expôs seu posicionamento quanto a cobrança do advogado para uma decisão do magistrado. “O enxequete não quer nada. Como se houvesse apenas este processo a encargo deste juízo para que reservássemos um tempo diário para entrar no Sistema Bacenjud [sistema eletrônico de relacionamento entre o Poder Judiciário e as instituições financeiras] para diligenciar em favor de interesse da Parte, pelo prazo de trinta dias. Temos quase 2 mil processos conclusos e jamais teríamos tempo disponível para dispensá-lo no interesse exclusivo do Exequente”, escreveu o magistrados antes de proferir decisão.

O magistrado demorou 18 meses para fazer a pronúncia do processo. A lentidão foi criticada por Carrijo, que publicou a decisão  em sua página pessoal na rede social Facebook. Ele também manifestou a sua indignação quanto à declaração de Arimatéia.

Em entrevista ao Olhar Jurídico, Eduarti declarou que, “o post que fez demonstra a sua indignação com a ‘deseducação’ na motivação do indeferimento do pedido”. “Devido a grande repercussão na classe e a solidariedade recebida [no Facebook]. O fato expõe ao público externo o que nós enfrentamos diariamente, arrogância e morosidade: Aqueles que deveriam distribuir Justiça, se isolam ‘acima dos mortais comuns’ e se portam de maneira jocosa, demonstrando a falta de vocação para o exercício do cargo’, postou na rede social.

Eduarti Fraga foi mais incisivo em suas reclamações, ao declarar que existe uma ‘crise de Juizite’ no Judiciário. “O caso não é exceção, pois esse comportamento de "CRISE DE JUIZITE" é típico de novatos. Mas nesse caso o servidor perdeu a noção e assinou sua "motivação" a demonstrar que está ‘fazendo favor’ ao contribuinte cidadão”, finalizou.

Além de retomar a discussão da morosidade no Judiciário, o advogado classificou a atitude do magistrado como ‘arrogante’.  Questionado sobre o teor das críticas feitas pelo advogado na rede social, o juiz José Arimatéa Neves Costa, se absteve de comentar o fato, mas convidou o advogado a conhecer a rotina do Judiciário.

“Na verdade não há, de minha parte, nada a comentar acerca da publicação do combativo Advogado. Somente sugeriria que o causídico viesse acompanhar um dia da rotina profissional deste magistrado, para então testemunhar nosso esforço pessoal para vencer as dificuldades impostas pelo próprio sistema e compreender as angústias e o sofrimento por que passamos em decorrência da impotência do juiz frente a um sistema Judiciário que foi feito para não funcionar”, escreveu.

OAB

Para o presidente da OAB em Mato Grosso, Mauricio Aude, a declaração do magistrado na decisão foi claramente um desabado, apesar de ser desnecessária para a ocasião.

“Fui um desabafo descabido e infeliz, mas que reflete os problemas da justiça comum que como o próprio presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, [desembargador Orlando de Almeida Perri] cerca de 80 % dos processos não andam. No caso do processo citado que estava há mais de 18 meses a espera de uma decisão não respeita os tramites, porém o advogado que no caso representa a parte tem todo o direito de cobra ruma resposta quantas vezes achar necessário”, frisou.

Questionado quanto aos procedimentos que a Ordem poderia tomar com relação ao caso. Aude afirma que já entrou em contato com Eduarti para que ele encaminhe o processo e documentação necessária. “A Ordem não pode fazer um pré-julgamento com base em uma manifestação feito em uma rede social. A nossa manifestação com relação à demora já é o suficiente e a Ordem está a disposição dele [advogado] aguardando a documentação”, esclareceu.
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