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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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CHACINA EM 2004

MPE quer pena de 69 anos de prisão e recorre da sentença que condenou pistoleiro de Arcanjo

Foto: Reprodução

MPE quer pena de 69 anos de prisão e recorre da sentença que condenou pistoleiro de Arcanjo
Após o Tribunal do Júri aplicar pena de 46 anos de prisão a Joilson James Queiroz, apontado como pistoleiro responsável por participar da chacina ocorrida em 2004 na Fazenda São João, do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, o Ministério Público (MPE) afirmou, nesta quarta-feira (7), que irá recorrer da sentença por entender que a punição deveria ser de 69 anos.

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Dos sete acusados pelo envolvimento da Chacina, cinco já foram condenados, um está foragido e outro foi absolvido. Joilson, de acordo com a denúncia do MPE, era o gerente da fazenda e foi quem mandou matar Pedro Francisco da Silva, José Ferreira de Almeira e Areli Manoel de Oliveira.

Durante o julgamento realizado nesta terça-feira, no Fórum de Várzea Grande, as qualificadoras apresentadas pelo MPE foram todas acolhidas. O Tribunal do Júri entendeu que os homicídios foram cometidos por motivo fútil, com emprego de meio insidioso ou cruel, com a utilização de recurso que dificultou a defesa das vítimas e para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.
 
Com isso, o juiz que presidiu o júri, Jorge Alexandre Martins Ferreira, calculou a pena de Joilson em 46 anos, a ser cumprida em regime inicialmente fechado, negando-lhe o direito de recorrer em liberdade.
 
Para o MPE, no entanto, a pena aplicada ao réu deveria ser de 69 anos e, por isso, informou que irá recorrer da sentença.

Além de Joilson James Queiroz, já foram condenados Aderval José dos Santos, vulgo “Paraíba”; Édio Gomes Júnior, vulgo “Edinho”; Noreci Ferreira Gomes, vulgo “Capitão do Mato”; e Valdinei Luiz Ademias da Silva. O acusado  Alderi de Souza Ferreira, vulgo “Tocanguira” encontra-se foragido.
 
O caso
 
O crime bárbaro foi relatado no processo judicial que culminou nas condenações de vários seguranças da fazenda de Arcanjo. 
 
Conforme a denúncia, os seguranças vistoriavam os arredores das represas, devidamente armados, ação que era rotineira e ocorria até às 21 horas. No dia do fato, por volta das 20 horas, o grupo teria se dividido em dois, sendo que cada um foi para um lado da represa.
 
O segundo grupo localizou as quatro vítimas pescando, surpreendendo-as com disparos de arma de fogo. Itamir foi o primeiro a morrer, já que o disparo de arma de fogo foi fatal. Outro deles acabou atingido no abdômen, mas não foi a óbito na hora.
 
Após os disparos, os seguranças teriam se reunido para verificarem o que havia ocorrido. As vítimas sobreviventes foram dominadas, tendo mãos e pés amarrados, umas às outras e sob a mira de armas de fogo, momento em que o acusado Edinho telefonou para Joílson, que era um dos administradores da fazenda e narrou o ocorrido da seguinte forma:
 
"Matamos uma capivara e tem três amarradas, se quiser, traz uma faca para tirar o couro".
 
Ao tomar conhecimento do fato, Joílson foi até o local com Noreci, e ordenou que os pistoleiros afogassem as vítimas que haviam sobrevivido aos tiros, afirmando que  fariam isso para que não deixassem pistas do homicídio que vitimou Itamar.
 
As vítimas foram amarradas juntas e jogadas na represa, sem darem ouvido aos gritos de clemência dos pescadores. Acrescenta ainda que, no momento em que as vítimas submergiram, buscando meios de saírem da água, eram impedidas pelos acusados Alderi e Evandro.
 
Após a morte de todos serem constatadas, os seguranças colocaram seus cadáveres em veículo Saveiro e fizeram a desova dos corpos, um a um, na margem da estrada.
 
Ainda conforme a denúncia, os acusados teriam cometido o crime por haver uma associação entre todos eles para que impedissem a pescaria nas represas da referida fazenda e que aqueles que eram pegos, fossem eles empregados ou não do local, eram submetidos às lesões corporais e até mesmo à morte.
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