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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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QUATRO PESCADORES MORTOS

Após 20 anos, último pistoleiro da chacina na fazenda de Arcanjo vai a júri popular; relembre o crime

Foto: Reprodução

Após 20 anos, último pistoleiro da chacina na fazenda de Arcanjo vai a júri popular; relembre o crime
Após 20 anos, Joilson James Queiroz, preso apontado como um dos pistoleiros envolvidos na “Chacina da Fazenda São João”, ocorrida em 2004, quando quatro pescadores foram executados na propriedade do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, vai a júri popular pela participação no crime bárbaro. Sessão de julgamento do Tribunal do Júri está prevista para esta terça-feira (6), a partir das 13h30

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Joilson ficou foragido por 18 anos e foi localizado em fevereiro de 2022, após levantamentos realizados pela equipe do Núcleo de Inteligência da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que conseguiu encontrá-lo morando no estado do Acre. A Polícia daquele estado passou a monitorar o foragido, até que conseguiu prendê-lo.
 
No momento da abordagem Joilson estava com documentos falsificados. Ele era o último dos pistoleiros que ainda não havia sido preso.

O júri foi marcado pela 1ª Vara Criminal de Várzea Grande, que intimou Joilson sobre a data no dia 23 de janeiro de 2024. O julgamento ocorrerá no Fórum de Várzea Grande.
 
O caso
 
O crime bárbaro foi relatado no processo judicial que culminou nas condenações de vários seguranças da fazenda de Arcanjo. Foram denunciados como executores dos pescadores o gerente do setor de pescas da fazenda, Joilson James Queiroz, e os seguranças Noreci Ferreira Gomes, Valdinei, Evandro Negrão, Édio Gomes Júnior, o “Edinho”, Alderi Souza Ferreira, o "Tocandira", Adeverval José Santos, o “Paraíba”, e Carlos César André, o “Pezão”.
 
Conforme a denúncia, os seguranças vistoriavam os arredores das represas, devidamente armados, ação que era rotineira e ocorria até às 21 horas. No dia do fato, por volta das 20 horas, o grupo teria se dividido em dois, sendo que cada um foi para um lado da represa.
 
O segundo grupo localizou as quatro vítimas pescando, surpreendendo-as com disparos de arma de fogo. Itamir foi o primeiro a morrer, já que o disparo de arma de fogo foi fatal. Outro deles acabou atingido no abdômen, mas não foi a óbito na hora.
 
Após os disparos, os seguranças teriam se reunido para verificarem o que havia ocorrido. As vítimas sobreviventes foram dominadas, tendo mãos e pés amarrados, umas às outras e sob a mira de armas de fogo, momento em que o acusado Edinho telefonou para Joílson, que era um dos administradores da fazenda e narrou o ocorrido da seguinte forma:
 
"Matamos uma capivara e tem três amarradas, se quiser, traz uma faca para tirar o couro"
 
Ao tomar conhecimento do fato, Joílson foi até o local com Noreci, e ordenou que os pistoleiros afogassem as vítimas que haviam sobrevivido aos tiros, afirmando que  fariam isso para que não deixassem pistas do homicídio que vitimou Itamar.
 
As vítimas foram amarradas juntas e jogadas na represa, sem darem ouvido aos gritos de clemência dos pescadores. Acrescenta ainda que, no momento em que as vítimas submergiram, buscando meios de saírem da água, eram impedidas pelos acusados Alderi e Evandro.
 
Após a morte de todos serem constatadas, os seguranças colocaram seus cadáveres no veículo Saveiro e fizeram a desova dos corpos, um a um, na margem da estrada.
 
Ainda conforme a denúncia, os acusados teriam cometido o crime por haver uma associação entre todos eles para que impedissem a pescaria nas represas da referida fazenda e que aqueles que eram pegos, fossem eles empregados ou não do local, eram submetidos às lesões corporais e até mesmo à morte.
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