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PARA SERVIR DE EXEMPLO

Chefe do MPE defende aplicação de pena máxima a suspeito que matou mãe e três filhas em MT

28 Nov 2023 - 16:48

Da Redação - Airton Marques / Do Local - Max Aguiar

Foto: Olhar Direto

Chefe do MPE defende aplicação de pena máxima a suspeito que matou mãe e três filhas em MT
O procurador-geral de Justiça, Deosdete Júnior, defendeu pena máxima ao pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos, preso pelo assassinato brutal de Cleci Cardoso, de 46 anos, e suas filhas, Miliane, de 19, e duas menores, de 10 e 12 anos, em Sorriso (420 Km de Cuiabá). De acordo com o chefe do Ministério Público Estadual (MPE), o órgão irá atuar para que o caso sirva de exemplo.

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"A pena máxima não pode ser simbólica, se ela existe, precisa ser aplicada. Temos uma cultura que fomenta muito a criminalidade no nosso país, que aplicamos as penas sempre muito próximas ao mínimo legal. Pena máxima existe para situações como essa, que precisam ser exemplarmente aplicadas", disse, nesta terça-feira (28), ao Olhar Jurídico.

Tratando o crime como uma barbárie, Deosdete ressaltou que é preciso atualização do sistema penal, para por fim a sensação de impunidade. Em setembro, Gilberto teria invadido uma residência em Lucas do Rio Verde (354 Km de Cuiabá) e cometido abuso sexual contra uma outra vítima, que estava dormindo. Ele também teria tentado matá-la, com cortes no pescoço. A vítima, no entanto, sobreviveu ao ataque. O criminoso tem ainda um outro mandado de prisão aberto em Mineiros (GO), por latrocínio.

"O MPE aguarda a conclusão das investigações para fazer seu papel institucional, levando essa pessoa às grades da Justiça, para que seja punida exemplarmente. Também fica o momento de reflexão para que nossos legisladores avaliem se nosso sistema policial e de justiça está atendendo ao que o cidadão precisa", disse o chefe do MPE.

"Vivemos um momento de bastante dificuldade, em que o cidadão precisa ficar preso dentro de casa, enquanto a criminalidade está solta do lado de fora. Nós temos um sistema de progressão de pena que não funciona. É uma falácia falar que uma pessoa com tornozeleira está sob égide do Estado. É preciso uma discussão aprofundada sobre isso, lugar de preso é na cadeia", acrescentou.

Por fim, Deosdete afirmou que o cidadão que volta a cometer crimes não pode conviver livremente. "Se o cidadão transgrede a lei penal mais de uma vez, ele está habilitado a sofrer o que chamamos de prisão preventiva, pois está reinterando uma conduta criminosa e viola a ordem pública. A pessoa que pratica um crime, pode até ser colocada em liberdade, a depender do crime, mas quando continua praticando, deveria estar presa, até para preservar os demais".

O MPE só entra no caso após a investigação realizada pela Polícia Judiciária Civil (Civil), que deve indiciar o suspeito pelos crimes de homicídio e estupro - além das qualificadoras.

O caso

A polícia foi acionada por vizinhos das vítimas, após as quatro não serem vistas ao longo do final de semana. Segundo o depoimento de Gilberto dos Anjos, o crime aconteceu entre a sexta-feira (24) e o sábado (25). Ele alegou ter invadido a residência pela janela do banheiro com a intenção de roubar a família.

Ele esfaqueou três vítimas e abusou sexualmente da mãe e duas filhas. A menina de 10 anos foi asfixiada, segundo nota da Polícia Civil.

Os corpos foram encontrados já sem vida e com ferimentos profundos, como cortes no pescoço. Depois de cometer o crime, Gilberto retornou para o terreno ao lado, onde passava a noite e trabalhava. Roupas sujas de sangue foram recolhidas dentro de um contêiner durante as investigações. Em uma sacola, o suspeito tinha guardado uma peça de roupa íntima de uma das vítimas.
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