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Segunda-feira, 20 de maio de 2024

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Juiz mantém prisão de investigador que matou cabo da PM em Cuiabá

Foto: Reprodução

Juiz mantém prisão de investigador que matou cabo da PM em Cuiabá
O juiz Wladymir Perri manteve a prisão do investigador Mario Wilson Vieira Gonçalves e decidiu que ele será submetido ao Tribunal do Júri pela morte do cabo da Polícia Militar, Thiago Ruiz, em abril deste ano, na conveniência de um posto, em Cuiabá. O PM foi assassinado com nove tiros.


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 Perri negou requerimento de absolvição sumária pelo reconhecimento de legitima defesa, bem como de que a vítima estaria sob efeito de cocaína. Mário afirmou que teria visualizado vestígios do entorpecente no nariz de Thiago. No entanto, o magistrado não encontrou nenhuma referência à droga nos autos do processo, tampouco no laudo da cena do crime.

No tocante à absolvição sumária, Perri apontou que, diante das divergências apresentadas nos depoimentos do réu, ficou evidenciado ausência de elementos conducentes para seu deferimento.

“Portanto, da análise de tudo que foi narrado, considerando a arma utilizada, a quantidade de disparos e os locais em que os ferimentos ocorreram (por exemplo nas costas), o reconhecimento da pretendida exclusão de ilicitude, e consequente absolvição sumária, não se revela adequada nesta fase processual, devendo o dolo da conduta do acusado ser analisado perante o Júri”, escreveu o magistrado.

Para manter a prisão do investigador, Perri levou em consideração a garantia da ordem pública, bem como a periculosidade social do investigador, já que ele atirou nove vezes contra Thiago, em local público.

“Ademais, o suplicante também disparou aproximadamente 09 (nove) tiros contra a vítima, em local pública, o que revela a sua periculosidade social, trazendo sentimento de insegurança que só pode ser evitado com a imposição da prisão preventiva”, proferiu Perri, no último dia 24 de agosto.

Em maio, o investigador de polícia Mario Wilson Vieira da Silva Gonçalves foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE), por homicídio qualificado praticado contra o policial militar Thiago de Souza Ruiz. O crime aconteceu no dia 27 de abril, por volta das 3h30, no interior da conveniência do Posto Conte Comigo, bairro Quilombo, em Cuiabá.  O órgão pedia a pronúncia do acusado para que o mesmo seja submetido ao Tribunal do Júri, o que foi acatado pelo magistrado.

Na denúncia, o Núcleo de Defesa da Vida do MPMT, por meio da 21ª Promotoria de Justiça Criminal da Comarca de Cuiabá, apresentou duas qualificadoras: utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima, que foi atingida por disparos de arma de fogo, e motivo fútil. 

Conforme apurado no inquérito policial, o denunciado e um amigo foram até a conveniência e lá encontraram uma terceira pessoa, que apresentou a vítima aos dois. Consta na denúncia, que o PM e o investigador se "estranharam" pela desconfiança sobre a condição de policial da vítima. 

"A conversa seguiu no sentido de um indagar ao outro informações acerca das atividades e formação policial de ambos, instante em que Thiago levantou a camisa para mostrar uma cicatriz de que era portador, momento em que Mário visualizou e se apossou do revólver que aquele trazia na cintura, afirmando que iria chamar a polícia para averiguar aquela arma. Neste interim sacou da pistola que trazia consigo e apontou em direção a Thiago, após o que voltou sua pistola para a cintura e permaneceu com o revólver da vítima em mãos", diz a denúncia. 

Na sequência, conforme o MPE, a vítima tentou pegar de volta seu revólver, oportunidade em que os dois se atracaram e caíram no chão. Durante a confusão, testemunhas tentaram separar os dois, mas a vítima acabou sendo atingida por vários disparos de arma de fogo efetuados pelo denunciado.
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