O Tribunal do Júri condenou a 20 anos de prisão o frentista Antônio Aluísio Conceição Maciano, pelo homicídio cometido contra sua ex-companheira, Emily Bispo da Cruz, de 20 anos, ocorrido na manhã do dia 16 março deste ano, em Cuiabá. A juíza Mônica Perri determinou o cumprimento da pena em regime inicial fechado e negou a ele o direito de recorrer em liberdade. Emilly levou 14 facadas na frente do seu filho de três anos, enquanto o levava para escola, em uma rua do bairro Pedra 90. A família da vítima considerou injusta a pena imposta. O julgamento ocorreu nesta quinta-feira (10).
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Antônio foi denunciado no dia 30 de março pelo homicídio cometido “por motivo torpe, cruel, mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima". Ainda segundo o MPE, "por razão da sua condição de sexo feminino (o que caracteriza qualificadora de feminicídio), ceifou a vida de Emilly Bispo da Cruz, e ainda na presença física de seu descendente”.
No júri desta quinta, que durou mais de quatro horas, os jurados acolheram todas as teses da promotoria. A juíza Mônica Perri, presidente do júri, ratificou a sentença e dosou a pena em 20 anos, em regime inicialmente fechado. A magistrada negou o direito de recorrer em liberdade.
O crime
Câmera de segurança mostrou toda a dinâmica da execução. Por volta das 6h55, Emily estava a caminho da escola do filho, de três anos, quando foi abordada pelo ex. Ele chegou em uma Honda Bis preta e partiu para cima da vítima com a faca em uma das mãos. Enquanto Emily era golpeada, o filho segurava sua mão.
Em dado momento, a criança se soltou. Emily, por sua vez, continuou sendo esfaqueada até cair no chão. Uma mulher, que caminhava com uma criança no colo, presenciou o feminicídio. Assustada, ela parou na esquina e logo depois um homem apareceu.
Neste momento, Antônio já estava em cima da moto e se preparava para fugir. O homem que presenciou a cena então tentou chutar o criminoso, que fugiu. A vítima foi atingida por 14 golpes de faca na região do abdômen, tórax e costas.
De acordo com a Polícia Civil, a jovem chegou a ser socorrida e encaminhada à Policlínica do Pedra 90, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Emily era perseguida constantemente pelo ex-namorado, que teve a coragem de alegar em audiência de instrução que teria sido traído por ela. A versão do frentista, de que teria agido motivado pela vingança proveniente da traição, foi rechaçada pelas testemunhas de defesa.
Todos eles alegaram que Antônio era ciumento, possessivo e perseguia a jovem, tendo inclusive, invadido sua residência em uma ocasião portanto um canivete.