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Quinta-feira, 16 de maio de 2024

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PENALIDADE MÁXIMA

Pleno do STJD reduz pena de lateral do Cuiabá condenado por esquema de manipulação em jogos

Foto: Reprodução

Pleno do STJD reduz pena de lateral do Cuiabá condenado por esquema de manipulação em jogos
O Pleno do Superior Tribunal de Justiça reduziu a punição ao lateral-direito do Cuiabá, Mateusinho, de 720 dias de suspensão para 600, e diminuiu a multa de R$ 70 mil para R$ 50. O julgamento do recurso ocorreu em sessão virtual desta quinta-feira (13).

 
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 Além de Mateusinho, foram julgados recursos de Ygor Catatau (sem clube), Paulo Sérgio (Operário-PR) e André Queixo (Nam Dinh, do Vietnã). Apenas Catatau teve a pena mantida. Todos eles defendiam o Sampaio Corrêa e foram denunciados por partida da série B no ano passado.
 
Ao lado da mãe e irmãos, apenas Mateusinho esteve presente na sessão. Ele confessou a participação no esquema de manipulação, ao contrário do primeiro julgamento em que justificou negando ter agido ilegalmente, e pediu diminuição da pena.

“Gostaria de lembrar o voto do doutor Claudio, atual presidente do TJ-RS: 'Se eu tivesse a certeza de que a pena máxima iria acabar com todo esse sistema, eu aplicaria'. Estamos falando de um sistema, onde eles (jogadores de futebol) vão continuar sendo punidos, encontrados, mas a ponta principal, nunca. Tenho que apená-los com uma pena que incentive que os outros, que estão dentro, a virem a tona e revelarem como tudo funciona”, disse Marcelo Jucá, advogado de do jogador. 

Ele segue no elenco do Cuiabá, sem que o clube tenha se manifestado oficialmente sobre possíveis providências a tomar sobre o caso.

Denunciado pelo Ministério Público de Goiás por participar em esquema de manipulação em jogos do futebol brasileiro, no âmbito da Operação Penalidade Máxima, o lateral-direito do Cuiabá, Mateus da Silva Duarte, o Mateusinho, foi condenado no dia 6 de junho, por unanimidade, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) a multa de R$ 70 mil e suspensão máxima de 720 dias. O processo foi julgado pela 5ª Comissão Disciplinar do STJD.  
 
A participação de Mateusinho em uma das fraudes indicadas na investigação ocorreu em penalidade cometida por ele durante uma partida entre o Sampaio Corrêa, então time do jogador, contra o Londrina.

O lance duvidoso aconteceu nos primeiros 19 minutos do jogo, momento em que Mateusinho deu um carrinho, atingindo o adversário. O pênalti só foi marcado após interferência do VAR.

A fraude foi descortinada por meio de interceptações em conversas de WhatsApp apreendidas no celular do atleta. Análise feita pelo Ministério Público de Goiás em seu celular revelou a existência de um grupo no aplicativo em que cinco atletas, todos do Sampaio Correa, debatem sobre a expectativa de recebimento de valores que não foram pagos após o cometimento de um pênalti fraudulento.

Com base na análise preliminar, o MP então externou que o lateral do Dourado, em conluio com outros jogadores, cumpriu sua parte no esquema e esperava receber todo valor prometido.

Ainda segundo denúncia, o acordo, aceito pelo jogador do Cuiabá, consistia no recebimento de até R$ 150 mil pela fraude no resultado. Antes da partida, um dos atletas chegou a receber R$ 10 mil. Além disso, as interceptações indicaram que ele participou do esquema como intermediador para realizar outras apostas ilegais.

Consta que o contato da manipulação de resultado foi intermediado por Luís Felipe com o atleta Ygor Catatau e, durante o jogo, houve o cometimento de pênalti por Mateusinho.

Em uma das conversas interceptadas, um dos participantes do grupo questiona se os valores prometidos seriam recebidos e afirma que “os cara” iriam deixá-los em banho maria, ou seja, não iriam realizar o pagamento combinado.

Em resposta, Mateusinho disse: “Mano os cara não tá cobrando dos maluco lá? Então pronto mano. Nós tem que cobrar aqui. Se fosse nós os cara ia tá em cima cobrando igual eles então em cima dos cara lá. Ué... então tem que cobrar mesmo fi”.

Diante do pênalti cometido entendido como indício forte da participação de Mateusinho no esquema, bem como pelos diálogos que que ele travou nos grupos, os membros da 5ª Comissão o condenaram à multa de R$ 70 mil e suspensão pelo período de 720 dias.  

Além de Mateusinho, foram julgados mais quatro jogadores. Allan Godói (Operário-PR), André Luiz (Ituano), Paulo Sérgio (Operário-PR) e Ygor Ferreira (Sampaio Corrêa). Eles foram denunciados pela Procuradoria, dentre outros, pelos artigos 242 parágrafo único, 243, §§ 1º e 2º e 243- A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).

O conselho absolveu Alan Godoi por falta de provas e indícios suficientes à sua condenação. Segundo envolvido, André Luiz recebeu multa de R$ 50 mil e suspensão de 360 dias. Último julgado, Paulo Sérgio recebeu a mesma pena de Mateusinho e foi afastado por 720 dias e multa de R$ 70 mil. 

O artigo 242 dispõe sobre “dar ou prometer vantagem indevida a membro de entidade desportiva, dirigente, técnico, atleta ou qualquer pessoa natural mencionada no art. 1º, § 1º, VI, para que, de qualquer modo, influencie o resultado de partida, prova ou equivalente”. Já o Art. 243 delibera sobre “atuar, deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende”.

 
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