O contador e empresário João Fernandes Zuffo foi condenado a 62 anos, três meses e cinco dias de reclusão pelo latrocínio que culminou na morte do advogado João Anaídes de Cabral Netto, de 49 anos, ocorrido em 2021. Sentença foi proferida pela juíza Ana Cristina Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, nesta terça-feira (9).
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João Fernandes Zuffo foi sentenciado pelo cometimento dos crimes de organização criminosa, crime de Corrupção de Menor, Latrocínio, e Roubo Majorado. Além dele, a juíza condenou Ronair Pereira da Silva (48 anos de reclusão), Lucas Matheus da Silva Barreto (38 anos de reclusão) e João Manoel Correa da Silva (4 anos).
Com exceção do réu João Manoel, eles deverão cumprir a pena em regime inicialmente fechado. A magistrada determinou ainda pela manutenção das prisões preventivas de Zuffo, Pereira da Silva e Lucas Matheus, que se mostraram necessárias para a garantia da ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal.
Defesa de Zuffo requereu pela prisão domiciliar. A juíza, por sua vez, negou o pedido levando em conta que as hipóteses de cabimento não amparam a prisão domiciliar para auxiliar parente em situação de saúde precária, além de que os acusados foram condenados a pena em regime fechado.
O latrocínio
As investigações identificaram o envolvimento de oito pessoas no latrocínio do advogado João Anaídes de Cabral Netto. O grupo comandado por Zuffo invadiu o condomínio de chácaras Flor do Vale, roubou algumas propriedades e na última delas, em que estava a vítima, amarrou as pessoas que estavam na casa.
O advogado João Anaides e mais uma vítima do assalto foram amarradas separadamente em um banheiro. Os suspeitos começaram a subtrair objetos pessoais das vítimas e logo em seguida foi ouvido um disparo de arma de fogo vindo do banheiro.
A vítima que estava trancada no banheiro junto com o advogado relatou que um dos suspeitos arrombou a porta e efetuou um disparo na cabeça de João Anaides. Após o disparo, os criminosos fugiram do local levando duas camionetes, uma delas, do advogado.
Operação Flor do Vale
O inquérito conduzido pela Delegacia da Polícia Civil de Juscimeira apurou as circunstâncias e identificou os envolvidos no crime.
De acordo com o delegado Ricardo Franco, as provas produzidas e indícios reunidos no inquérito demonstraram a liderança do contador no planejamento e execução de diversos crimes patrimoniais ocorridos na região.
Ele planejava, apontava e indicava aos comparsas do grupo criminoso os lugares para executar os roubos, entre eles o que ocorreu no condomínio de chácaras onde propriedades foram alvos do grupo e em uma o advogado foi morto.