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Quarta-feira, 08 de maio de 2024

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JOGADOR DO CUIABÁ NA MIRA

Investigações da Operação Penalidade Máxima podem chegar em jogos da série A

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Investigações da Operação Penalidade Máxima podem chegar em jogos da série A
O  Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apontou que as investigações que geraram a Operação Penalidade Máxima iniciaram em novembro de 2022 e as práticas criminosas se estenderam para partidas dos campeonatos estaduais de 2023. Coordenador do Gaeco de Goiás, Rodney da Silva ressaltou que clubes de futebol, a CBF, são consideradas vítimas do esquema criminoso, assim como sites de apostas poderão ainda sofrer com as práticas delituosas nos jogos da Série A. De Cuiabá, a Operação cumpriu mandado contra o recém-chegado no Dourado, o lateral-direito Matheuzinho. As condutas abrangem crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e dois delitos previstos no Estatuto do Torcedor, relacionados à corrupção em jogos de futebol.
 
 Leia mais: Mateusinho, jogador do Cuiabá, é alvo de operação que investiga manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro
 
As três partidas envolvidas que foram investigadas, segundo informado pelo Gaeco, foram os jogos Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Correa x Londrina. No caso da partida do Vila Nova, apesar da tentativa de manipulação e do pagamento antecipado ao jogador, o pênalti não foi cometido. Nas outras duas, o evento ocorreu.

Em razão do não cumprimento do “combinado”, o jogador do time goiano passou a ser pressionado e cobrado intensamente para ressarcimento do prejuízo ocorrido. Embora ainda não haja um cálculo preciso, a estimativa é que, nesta rodada de jogos, o “lucro” esperado pelo grupo criminoso fosse de R$ 2 milhões.

 Coordenador do Gaeco, Rodney da Silva fez questão de ressaltar na entrevista que a investigação está concentrada em pessoas físicas suspeitas, incluindo apostadores e jogadores de futebol. Como enfatizou, as instituições, como clubes de futebol, a CBF, são consideradas vítimas do esquema criminoso, assim como sites de apostas.

Ele explicou que toda a apuração é escalonada em fases, tendo início com um determinado volume de indícios e número de suspeitos, que podem evoluir à medida que a investigação é aprofundada, com indicações de novas condutas criminosas e mais envolvidos. Neste caso, afirmou, existe a possibilidade de a apuração avançar e abranger jogos não só de campeonatos estaduais de 2023, mas, também, jogos da Série A.

Em relação à divulgação de nomes dos envolvidos, os integrantes do Gaeco e do GFUT salientaram que ela não pode ser feita neste momento, em razão das restrições da Lei de Abuso de Autoridade, para que não haja exposição indevida de pessoas.

O Globo Esporte divulgou que o mandado cumprido em Cuiabá foi em face do lateral-direito do Cuiabá Esporte Clube, Matheuzinho, que chegou recentemente no clube, em janeiro deste ano.

Jogador de 24 anos, ele chegou com vínculo até o fim de 2027. O lateral-direito iniciou a carreira no futebol carioca, com passagens por Maricá, Serrano, América-RJ e Goytacaz. Em seguida, ganhou destaque no Maranhão, onde defendeu Moto Club, Tuntum e Sampaio Corrêa.
 
E conforme apurado pelo GE, foi defendendo o Sampaio Corrêa que o lateral se envolveu nas práticas fraudulentas e criminosas.

Uma das partidas investigadas é a vitória do Sampaio Corrêa contra o Londrina, por 2 a 1. A partida aconteceu na última rodada da competição e chegou a ter um pênalti marcado favorecendo o lateral-direito.
 
As investigações apontam que o grupo criminoso atuava mediante a cooptação de atletas para a manipulação de resultados nas partidas por meio de ações como, por exemplo, o cometimento de pênalti no primeiro tempo dos jogos, entre outras iniciativas.
 
O objetivo do esquema criminoso era viabilizar o êxito em apostas esportivas de elevados valores e em contrapartida, os atletas receberiam parte dos ganhos, em caso de êxito.Sobre o cálculo de valores, os promotores pontuaram que, como a investigação ainda está na fase inicial, ainda não há como estimar as quantias efetivamente movimentadas no esquema.

Mas informaram algumas somas envolvidas: para os jogadores, era pago um adiantamento de R$ 10 mil para a prática da ação combinada; caso o combinado fosse cumprido e a aposta desse certo, ele receberia mais R$ 140 mil. Quanto ao lucro esperado com as apostas, ele variava de R$ 500 mil a R$ 2 milhões.

Foi compartilhado com a imprensa um print de conversa de WhasApp de um celular apreendido na operação com um dos suspeitos. O diálogo sinalizou novas combinações de manipulação, envolvendo outras condutas de jogo passíveis de aposta, como número de escanteios e cartões vermelhos. 
 
Conforme MPE de Goiás, esses elementos serão analisados, junto com as demais provas coletadas, para identificação de outros potenciais investigados e de outros crimes.

Também serão concluídos os interrogatórios que poderão trazer mais informações. São aguardadas ainda informações resultantes de quebras de sigilo.

A princípio, explicou, as condutas praticadas abrangem os crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e dois delitos previstos no Estatuto do Torcedor, relacionados à corrupção em jogos de futebol: são as condutas dos artigos 41-C e 41-D.
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