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Terça-feira, 30 de abril de 2024

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Busanello

Justiça revoga recuperação judicial de grupo empresarial com dívidas que somam R$ 60 milhões

Foto: Reprodução

Justiça revoga recuperação judicial de grupo empresarial com dívidas que somam R$ 60 milhões
Justiça em Rondonópolis decidiu por revogar concessão de recuperação judicial em nome de grupo empresarial formado pela família Busanello. Processo tem valor de causa estimado em R$ 60 milhões. Membros da família trabalham com agricultura de precisão em Mato Grosso.

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Conforme os autos, ao deferir o processamento da recuperação judicial, justiça substituiu a realização da denominada “Perícia Prévia” pela elaboração de relatório circunstanciado pelo Administrador Judicial.
 
Documentos inicialmente apresentados com a exordial demonstravam, de modo palpável, que os empresários operavam, tinham empregados, estavam em atividade e, em complementação, as questões contábeis pareciam satisfatórias.
 
Contudo, quando da elaboração do Relatório Circunstanciado, numa análise mais profunda da idoneidade das informações apresentadas e dos dados fornecidos pelos requerentes, o Administrador Judicial averiguou a falta de documentos que necessitam ser apresentados para que o processo possa ter seguimento regular.
 
“Desta forma, não tendo o Relatório Circunstanciado confirmado o preenchimento dos requisitos para o processamento da recuperação judicial, outro deslinde não poderá ter o feito, senão a revogação da decisão que deferiu o processamento do pedido formulado”.
 
Ação

Segundo os autos, a família Busanello tem como patriarca e fundador Benigno Alcides Busanello, de origem sulista. Ele e a esposa, Lurdes Busanello, migraram para o estado de Mato Grosso em 1980, época em que adquiram 499 hectares de terras na localidade de Dom Aquino.
 
Ao longo dos anos, expandiram a área de plantio, contando inclusive com arrendamento de área contígua, chegando a 1.100 hectares de área cultivada. A partir de 2011 iniciaram o plantio de algodão.
 
No ano seguinte, aumentaram o cultivo de algodão para 550 hectares. Nos anos de 2013 a 2017, intensificaram a pecuária através de confinamento, saindo da marca de 150 para 450 cabeças de recria e engorda. Dedicaram-se nos últimos anos a agricultura de precisão, objetivando melhora na produtividade.
 
Conforme os autos, mesmo detendo o necessário conhecimento das culturas plantadas, acabaram vítimas de mudanças climáticas e pragas. Na safra 2016/2017, foram surpreendidos pelo ataque de percevejo castanho, comprometendo 350 hectares da lavoura de algodão, representando em números um prejuízo aproximado de R$ 4 milhões.
 
Somado a isso, outro fator agravante no cenário do endividamento dos requerentes foi a grande oscilação verificada a partir do ano de 2018, tanto no valor das commodities, quanto no mercado de câmbio, que variaram sempre em sentido contrário àqueles em que os requerentes estavam posicionados em seus contratos perante as instituições financeiras.
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