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OPERAÇÃO SODOMA

Nadaf revela problemas financeiros e nega "poder" para concessão de incentivos fiscais; Silval será ouvido na terça

18 Fev 2016 - 15:25

Da Reportagem Local - Arthur Santos da Silva / Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Pedro Nadaf

Pedro Nadaf

A magistrada Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, retomou nesta quinta-feira (18) a audiência para interrogatórios do ex-governador Silval Barbosa e de seu ex-secretário, Pedro Jamil Nadaf, processados e presos preventivamente em conseqüência da "Operação Sodoma", desencadeados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga fraudes em incentivos fiscais, avaliados em R$ 2,6 milhões. A ocasião marcou a oitiva de Karla Cecília de Oliveira Cintra, ex-secretária de Pedro Nadaf e do próprio. A audiência com o ex-governador foi redesignada para próxima terça-feira (23).

Leia mais:
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No dia 17, quarta-feira, foram interrogados o ex-secretário de fazenda Marcel de Cursi, o ex-procurador Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, vulgo "Chico Lima", e o ex-chefe de gabinete de Silval, Sílvio Cezar Correa Araújo.

Em sua defesa, Cursi afirmou que foi vítima de uma armadilha do empresário João Batista Rosa, colaborador (inicialmente delator premiado) no caso. "Ele estava fazendo provas para o objetivo dele", esclareceu.

Chico Lima negou qualquer vínculo com o suposto esquema. O ex-procurador foi preso após prestar depoimento. A detenção é resultado das apurações preliminares da mais recente operação do órgão do Ministério Público Estadual (MPE), “Operação Seven”, em que Lima também figura como suposto membro de um esquema que avaliado, até o momento, em R$ 7 milhões em fraudes de compra ilegal de área que já pertencente ao Estado.

Na Sodoma, segundo o Ministério Público de Mato Grosso, autor da ação, a antiga Secretaria de Estado da Indústria e Comércio, Minas e Energia (Sicme), atual Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec), teria concedido incentivos fiscais, via Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic), de forma irregular, para algumas empresas.

A irregularidade foi confirmada pelo empresário João Batista Rosa, colaborador (inicialmente delator premiado) no caso e dono da Tractor Parts.

Acompanhe a audiência:

* 21h10: A cobertura Minuto-a-Minuto de Olhar Jurídico está encerrada. 

* 21h00: A audiência que concluirá ouvindo o último réu, Silval Barbosa, é remarcada para às 14h do dia 23 de fevereiro (Terça-Feira) e contará com a cobertura completa de Olhar Jurídico.

* 20h58: A defesa não tem mais perguntas e a audiência está encerrada.


* 20h55: 
Nadaf volta a negar que tivesse poder de autorizar qualquer concessão de incentivo fiscal.

* 20h52:
A audiência prossegue, embora os sinais de cansaço sejam visíveis nos réus. 

* 20h47:
Nadaf volta a dizer que que recebeu, de João Rosa, cerca de R$ 1,1 milhão, em um período de quase cinco anos, ou seja, cerca de R$ 30 mil ao mês.

* 20h40:
A defesa do próprio Pedro Nadaf é quem passa a perguntar.

* 20h15:
O tema agora são as finanças pessoais do réu. Nadaf afirma que quatro meses de pensões devidas aos seus filhos estão atrasadas. Inclusive um de seus filhos, que estudava fora de Mato Grosso, retornou ao estado, devido ao momento financeiro ruim do réu.

* 20h06:
Agora é João Cunha, advogado de Chico Lima quem faz as perguntas.

* 20h00:
A acusação de extorsão "doeu mais que a prisão", afirma Nadaf, à despeito da acusação de João Rosa, de que tivesse sofrido extorsão dos réus.

* 19h45:
Advogado de Marcel de Cursi quem faz as perguntas. Roberto Tardelli pergunta se Nadaf constituiu uma organização criminosa. O réu nega.

* 19h40:
Pedro Nadaf afirma que todos os valores recebidos foram provenientes de serviços prestados. Nada foi destinado ao pagamento de dívida de campanha, como descrito na denúncia.

* 19h28:
Os advogados questionam sobre como eram formalizados os decretos.

* 19h26:
A defesa  de Silval passa a perguntar.

* 19h25:
Nadaf afirma que pediu para Chico Lima emprestar R$ 60 mil de Filinto Muller, um dos delatores. Até hoje só teria pago R$ 10 mil. 

* 19h11:
O MPE cita a delação de Eder Moraes em que Nadaf é citado: "Eu sempre tive um problema de relacionamento pessoal, que virou um problema profissional dentro do governo", também afirma: "Eu nunca tive um centavo que seja do exterior".  As colocações de Eder seriam factóides, afirma Nadaf. "Fez isso para me agredir". 

* 19h09:
Nadaf diz que não acreditava que seria preso e nega que tivesse tentado, em algum momento, fugir.

* 19h07:
 Em outras mensagens de celular, o ex-secretário dizia: "Vão me destroçar, as informações que chegam são horríveis".

* 19h06: O interrogatório de Nadaf prossegue.

* 19h02:
 Os advogados de Silval deixam a sala de audiência para dar instruções ao ex-governador, Silval Barbosa, antes do interrogatório. 

* 19h00:
Nadaf explica que entrou em contato com o delegado pois desejava comprar legalmente uma arma. A justificativa era que uma de suas propriedades, uma chacara, estava sendo constantemente assaltada. Nadaf afirma ainda que ninguém, além dos boatos de jornalistas, repassou a informação de que ele seria preso. 

* 18h56:
"A ex-primeira dama foi presa, coitado de mim", teria dito Nadaf, em mensagens de celular. O MPE mostra agora uma troca de mensagens com Anderson Garcia, advogado da Polícia Civil.

* 18h54:
Nadaf afirma que ficou sabendo de boatos sobre sua prisão pela imprensa. 

* 18h53:
Foram citadas pelo MPE conversas por mensagens sobre possíveis prisões.

* 18h48: "Meu nome está na lama, está sujo", afirma Nadaf.

* 18h40:
Nadaf ainda depõe. Ele afirma que passava cheques de João Rosa para que funcionários realizassem pagamentos de contas pessoais. 

* 18h13: 
MPE questiona sobre um decreto assinado em dezembro de 2014 por Nadaf e Silval Barbosa. Ele diz se recordar do fato, mas que é complicado pois assinava muitos decretos. "Eu assinava por dia, junto com o governador, cerca de 200 documentos".

* 17h54:
O MPE apresenta documentos juntados aos autos sobre o caso.

* 17h46:
Em setembro de 2012 um pagamento fugiu ao padrão. Nadaf recebeu cerca de R$ 500 mil de João Rosa. O réu nega qualquer lembrança sobre o pagamento. 

* 17h43:
João Rosa apresentou planilha que demonstra que Nadaf foi contratado para consultoria, no fim de 2011.

* 17h41:
Nadaf descreve neste momento como funciona um esquema de caixa dois.

* 17h39:
MPE passa a perguntar.

* 17h37:
E como a delação "está na moda", Nadaf buscou saber se João Rosa utilizaria o instituto.

* 17h36:
Nadaf afirma que se tivesse prestado todo o serviço de consultoria, receberia mais de R$ 1 milhão. Após, essas situações, preocupado com Rosa, Nadaf pediu para que Marcel de Cursi tentasse ajudar. Nadaf afirma que intiuiu, e até questionou, Rosa sobre uma possível delação premiada. Porque o empresário dizia que resolveria seus problemas à qualquer custo. 

* 17h33:
O fato teria ocorrido em uma reunião em que o ex-delator estava nervoso.

* 17h31:
Assim, sugiram os boatos de que João Rosa teria firmado uma delação para resolver os supostos problemas. Nadaf descreve a cena em que Rosa teria ingerido Rivotril (medicamento psicotrópico) em alta quantidade. 

* 17h30:
 Nadaf propôs então o pagamento para a contratação de um especialista, que seria Marcel de Cursi. Segundo Nadaf, logo após isso, João Rosa sumiu e desapareceu cerca de 40 dias depois. Os boatos eram de que ele estaria doente.

* 17h29:
Porém, após o contato de João Rosa com Sereni Paludo, foi pedido novamente a ajuda de Nadaf. Assim, foi pedido que ele realizasse uma consultoria. Assim, foi pedido que Nadaf realizasse uma consultoria para defesa nestas supostas irregularidades.

* 17h26:
"Nós combinamos em dezembro de 2014, como eu sair do governo, eu iria para uma segunda fase nas empresas dele". 

* 17h25:
Segundo Nadaf, em determinado momento o empresário resolveu acabar com o caixa dois para pagamentos e firmou um contrato de 60 meses com ele. O contrato foi rescindido em abril devido a um problema familiar do réu, que se separou da esposa e se mudou para São Paulo. 

* 17h20:
"Primeira coisa que eu fiz de serviço para ele foi transferir o centro de distribuição de São Paulo para Mato Grosso", afirma Nadaf. "Ele criou uma marca própria na China, mais barato que os produtos produzidos no Brasil", afirma, sobre João Rosa. "A gente discutia todos esses negócios, eu tinha essa discussão com ele. Por último foi a venda de uma concessionária". 

* 17h18: "Ele tinha um caixa dois que utilizava para uma série de pagamentos", afirma Nadaf sobre João Rosa.

* 17h17:
Nadaf nega ter firmado contrato formal. 

* 17h14:
O contato gerou um protocolo de intenções entre Rosa e o Estado. Posteriormente, fora feita uma resolução que enquadrava João Rosa, em 2008. Nadaf, porém, afirma que não houve uma tratativa direta de sua parte e que Rosa teria procurado-o, em 2012, para uma prestação de consultoria. 

* 17h11:
Ele afirma que teve um relacionamento muito próximo com o ex-delator. Ambos atuavam na direção de orgãos representativos. E que João Rosa o procurou afirmando que gostaria de gozar de incentivos. 

* 17h09:
Nadaf afirma que a denúncia é falsa e verifica que muitos dos fatos apresentados por João Rosa são "inverdades".

* 17h08:
A magistrada faz a leitura da denúncia ao réu. 

* 17h04: A justiça dá início ao interrogatório.

* 17h00: Agora é o ex-secretário, Pedro Jamil Nadaf, quem irá depor.

* 16h59:
Encerrado o interrogatório.


Karla Cecília de OIiveira Cintra, ré, saindo das dependências do Fórum da Capital. Foto: Rogério Florentino.

* 16h57: 
Os advogados Alexandre Abreu, João Cunha e Ulisses Rabaneda saem da sala de audiência neste momento.

* 16h54:
Atendendo pedido da defesa, a réu explica agora, em linhas gerais, sobre a natureza dos serviços que prestava à Nadaf.

* 16h52:
A própria defesa de Karla quem passa a perguntar.

* 16h43:
Karla nega ter percebido qualquer irregularidade nos cheques que recebeu.

* 16h40:
Ela conhecia os familiares de Nadaf, chegando a ter um bom relacionamento.

* 16h36:
Defesa de Chico Lima questiona qual o tipo de relacionamento entre Nadaf e Karla. Ela afirma que era um relacionamento profissional. 

* 16h34:
Karla afirma que nunca ouviu nada a respeito de recebimentos de propina ou vantagens indevidas. Nadaf encerra questionamentos. 

* 16h31:
A interrogada afirma que nunca viu João Batista Rosa ser ameaçado por Nadaf.

* 16h29:
 A defesa de Nadaf passa a perguntar.

* 16h24:
Os outros 33 seriam de Nadaf e da família.

* 16h22:
O MPE apresenta uma lista com 37 imóveis. Karla afirma que 4 imóveis arrolados estão no nome ela, sendo de sua propriedade. 

* 16h03:
Ela não consegue afirmar, entretanto, que todos os cheques fossem de João Batista Rosa e suas empresas.

* 16h02:
Karla afirma que recebeu cerca de R$ 70 mil em cheques por serviços prestados a Nadaf.

* 16h00:
Segundo o MPE, cheques também foram entregues a Plaenge, no valor de R$ 40 mil. 

* 15h59:
O MPE questiona se os dólares foram adquiridos com cheques do suposto esquema. Karla nega, afirma que cheques eram trocados para Nadaf. O MPE questiona então o pagamento de R$ 31 mil para aquisição de apartamento em nome de Karla. A transação foi efetuada com cheques da Tractor Parts. Karla afirma que realizou o pagamento e os cheques eram referentes a venda de suas férias acumuladas. 

* 15h57:
Em uma busca e apreensão, foram recolhidos R$ 5 mil dólares na casa de Karla Cecília de Oliveira Cintra, a própria admite.

* 15h50:
Afirma que trabalhava na Fecomércio com Nadaf, por um contrato independente de prestação de serviços. E que realizou pagamentos de boletos para ele. Pagamentos com cheques de João Batista Rosa. 

* 15h48: 
Karla afirma que recebeu R$ 50 mil de Nadaf como indenização por férias não usufruídas. Afirma que trabalha com ele há 10 anos.

* 15h39:
Depositos relativos a notas eram efetuados direto na conta da empresa de consultoria de Nadaf. 

* 15h37:
O MPE passa a questionar. Karla esclarece que enviou uma nota fiscal de R$ 30 mil por email para João Rosa. Ele possuia um contrato de consultoria com a empresa de Nadaf, afirma. 

* 15h35: 
Ela afirma que não conhecer João Rosa, só o viu por duas vezes nos corredores da Fecomércio. Os demais réus, só de "vista".

* 15h33:
O valor total era da empresa de João Batista Rosa. Vários cheques de valores inferiores a R$ 5 mil, totalizando R$ 50 mil. 

* 15h31:
Os cheques foram entregues em um acerto de férias acumuladas no total de R$ 50 mil. 

* 15h28:
Ela recebia uma remuneração extra de R$ 3 mil. Além de cheques, que recebia de Nadaf, mas afirma que não sabia que eram do ex-delator João Batista Rosa. 

* 15h27:
Karla afirma que os fatos descritos na denúncia não são verdade. Ela explica que trabalhou como secretária de Nadaf e foi sócia em uma empresa de consultoria e que apenas cedeu seu nome. 

* 15h25:
Inicia-se o depoimento de Karla Cecília. 

* 15h20: Começa o Minuto-a-Minuto de Olhar Jurídico. A audiência começa com 1h de atraso.

* 15h19: Karla Cecília, a primeira a ser ouvida hoje. Instantes antes do interrogatório, no Fórum da Capital.


Foto: Rogério Florentino

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