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MESMO EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL...

Justiça determina que Grupo Bipar explique movimentações financeiras

16 Fev 2016 - 11:24

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Mauro Mendes

Mauro Mendes

O juiz da Primeira Vara Cível de Cuiabá, Flávio Miraglia Fernandes, determinou nesta segunda-feira (15), que o Grupo Bipar, pertencente ao atual prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), em processo de recuperação judicial desde o fim do ano passado, por dívidas avaliadas em R$ 102 milhões, explique à Justiça determinadas movimentações de ativos entre empresas controladas pela Bipar ou por sócios majoritários. De acordo com os autos, a empresa teria efetuado emprestimos ou promovido antecipação de lucros. Fato que o juiz exige maiores explicações. 


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Miraglia determinou que a empresa terá cinco dias, à contar a partir da apresentação do balanço contábil de 2015, para explicar as movimentações.

Decisão:

“Após analise das informações contidas no documento acostado às fls. 3247 e seguintes, pude verificar a existência de movimentação de ativos entre as empresas controladas pela recuperanda ou por seus sócios majoritários que merecem uma acurada atenção, notadamente a cerca da transferência de valores a titulo de empréstimos, ou antecipação de lucros aos sócios, por empresa do grupo econômico que já se encontrava com passivo financeiro vultoso e não obteve lucro no período verificado, fato este que deve ser melhor esclarecido.

Este e outros pontos indicados no bem lançado relatório, deverão ser minuciosamente auditados, após a apresentação do balaço contábil de 2015 por parte da recuperanda".


Entenda o Caso:

O juiz Flávio Miraglia Fernandes deferiu o pedido de recuperação no dia 5 de outubro. O advogado Antonio Luiz Ferreira da Silva foi nomeado o administrador judicial.

O grupo declarou dívidas na ordem de R$ 102 milhões e é formado pela Bipar Energia S.A.; Bipar Investimentos e Participações S.A.; Mavi Engenharia e Construções Ltda.; e Bimetal Indústria Metalúrgica Ltda.

O Grupo Bipar engloba a Bimetal Indústria Metalúrgica Ltda, Mavi Engenharia e Construções Ltda., Bipar Energia S.A. e Bipar Investimentos e Participações S.A., e está endividado em R$ 102 milhões. Conforme a ação, a intenção é preservar os postos de empregos diretos e saldar uma dívida com fornecedores, bancos e outros, além de seguir com a execução de mais de R$ 200 milhões em contratos.

Uma das causas da crise seria a exposição política do fundador do grupo, o atual prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, especialmente depois da sua inclusão na investigação denominada Ararath.

Justificando o deferimento do agravo de instrumento, a magistrada considerou essencial a retirada do Grupo Bipar dos órgãos de proteção, afirmando que só se “obtém crédito com o nome limpo, ou seja, sem restrições”. A recuperação judicial seria a “chance de que a mesma mantenha sua atividade comercial, colocando em ação um plano de pagamento aos credores, buscando, dessa forma sua recuperação”, finalizou a juíza.

O outro lado:

O Grupo Bipar justificou ao Olhar Jurídico que "explicações são absolutamente normais", uma vez que o pedido do juiz fora feito com base em relatórios e não balanços. Isto é, que dúvidas nesse sentido são comuns. Ainda, explica que as tais movimentações foram feitas entre as empresas do grupo e que tudo será explicado ainda no fim deste mês. Salienta por fim que qualquer informação ou notícia sobre movimentações indevidas são "especualações e inverdades".
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