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Sábado, 11 de maio de 2024

Notícias | Criminal

TEMA VELHO, PROCESSO NOVO

Denunciado pela 8ª vez na Ararath, Eder é suspeito de lavar dinheiro e corre o risco de perder casa no Florais

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Eder de Moraes Dias foi homem de confiança do ex-governador Silval BArbosa

Eder de Moraes Dias foi homem de confiança do ex-governador Silval BArbosa

A tentativa de venda de uma casa no condomínio Florais, um dos mais luxuosos de Cuiabá, foi encarada pelo Ministério Público Federal (MPF) como estratégia de lavagem de dinheiro pelo ex-secretário Eder de Moraes Dias, de Fazenda e da Casa Civil de Mato Grosso. E o resultado foi a oitava denúncia do MPF, somente na Operação Ararath, contra Éder de Moraes, sua esposa Laura Dias, Pedro Armínio Piran, Renan Luiz Mendonça Bezerra e o pai Celso Luiz Duarte Bezerra, todos pelo crime de lavagem de dinheiro.


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Além disso, na mesma ação, Éder Dias também é denunciado por falsificação de documentos. A interpretação do Ministério Público Federal é de que os cinco denunciados arquitetaram várias operações de compra e venda de uma casa no condomínio Florais Cuiabá para “lavar” dinheiro vindo do esquema criminoso de desvio de recursos públicos estaduais em Mato Grosso.

O fio da meada foi descoberto porque o esquema vem sendo investigado pela força tarefa Operação Ararath, do MPF, há bastante tempo e já resultou em 12 ações penais. Atualmente 21 investigações estão em andamento e podem resultar em novas prisões. Eder Dias foi homem de confiança do então governador Silval Barbosa (2010-14), tendo ocupado os principais cargos do governo de Mato Grosso.

Toma lá, dá cá

Em quatro anos, os envolvidos simularam de forma fraudulenta quatro vezes a venda do terreno onde foi construída a casa de Éder de Moraes e Laura Dias em Cuiabá, até o imóvel ser registrado em nome do filho menor de idade do casal.

As simulações de venda começaram em 2011, quando Renan Luiz Mendonça Bezerra “vendeu” o terreno para o pai Celso Luiz Duarte Bezerra por cerca de R$ 41,7 mil. Um ano depois, o terreno foi repassado para Pedro Piran pelo mesmo valor, apesar de valer R$ 150 mil.

Em 2014 é simulada uma nova venda do imóvel para o primeiro proprietário Renan Luiz Mendonça Bezerra por R$ 15 mil, sendo que na época o valor venal ultrapassava R$ 1,3 milhão. Seis meses depois, em dezembro de 2014, o terreno foi registrado em nome do filho menor de idade de Éder de Moraes e Laura Dias.

Perícia realizada pela Polícia Federal comprova que os documentos que tentam dar legalidade às transações de compra e venda foram fraudados. Além de serem fraudados, os documentos apontam datas de compra e venda que coincidem com o período que o casal já residia na mansão que fora construída no terreno sem os moradores sequer contestarem as diversas operações que transferiam a vários donos o imóvel onde moravam.

A ação proposta pelo Ministério Público Federal pede o sequestro do imóvel residencial, avaliado em mais de R$ 3 milhões, fruto do crime de lavagem de dinheiro. A ação tramita na 5ª Vara da Justiça Federal em Mato Grosso.

Éder de Moraes Dias ocupou alguns dos principais cargos do Poder Executivo de Mato Grosso, entre 2004 e 2013, como a Secretaria de Estado da Fazenda, a presidência da Agência da Copa do Pantanal (Agecopa) e, depois, Secretaria da Copa do Pantanal (Secopa); a Chefia da Casa Civil do Governo do Mato Grosso e Agência de Fomento do Estado (MT Fomento).
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