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Sábado, 18 de maio de 2024

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no cadeia neles

"Instituições pretendem chegar aos tubarões" , diz juíza que decretou prisões de Silval, Riva e ex-secretários

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

“Até pouco tempo atrás existia um clamor geral de que somente os peixes pequenos eram presos. Os tubarões, não. E as instituições pretendem, exatamente, chegar aos tubarões”. A afirmação é da juíza Selma Rosane de Arruda, titular da 7ª Vara Criminal (Combate ao Crime Organizado) que durante entrevista ao programa Cadeia Neles (TV Record) não fez nenhuma referência as operações deflagradas recentemente pelo Ministério Público Estadual (MPE) - por meio do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado - e Polícia Civil, e explicou quanto as características dos processos de delação de forma geral.  


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Selma é a magistrada em Cuiabá responsável pela emissão de uma série de ordens judiciais que resultaram na prisão do ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa e dos ex-secretários Pedro Nadaf e Marcel de Cursi (na semana passada), além da ex-primeira dama do Estado, Roseli Barbosa (em agosto) e do ex-deputado José Riva (nos meses de fevereiro e julho).

Impedida legalmente de tecer comentários sobre as ações em que atua, a magistrada declarou no final da manhã de hoje, 25, que o “crime organizado é muito astuto e muito rápido. Se vamos investigar um crime de lavagem de dinheiro até que o Estado, com toda sua burocracia aguarde os trâmites, o crime ocorre. Veja que a prática do rime é muito mais rápida do que a descoberta e daí a importância da delação premiada”, afirmou. Ela reiterou que o colaborador procura a instituição e fala sobre informações importantes, mas destacou que o inquérito só é instaurado mediante rigorosa investigação e comprovação documental das informações do colaborador. 

Ela finalizou citando que o “o Brasil, como um todo, está vivendo um momento de busca e luta  com relação à criminalidade. Esperamos que o Estado seja cada vez mais aparelhado, assim como o Ministério Público e o Judiciário”.

Quanto às críticas sobre a morosidade no sistema judiciário - que por inúmeras vezes gera questionamentos da sociedade – declarou: “e que a lei permita que sejamos mais céleres, muitas vezes ficamos presos por conta dessas amarras”, disse referindo-se a burocracia.

Operações:

Quatro grandes operações na esfera estadual levaram à prisão de autoridades políticas do Estado. Por ordem cronológica, em fevereiro de 2015, foi deflagrada pelo MPE a operação Imperador. Ela resultou na prisão do ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Riva. A investigação apura o desvio de R$ 62 milhões da Casa de Leis. Riva foi liberado posteriormente por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em julho, a operação Ventríloquo (que apura rombo de R$9,8 milhões por meio do pagamento de seguro saúde ao extinto banco Bamerindus) e levou à prisão de Riva, que permaneceu 33 horas presos e ganhou a liberdade por determinação do STF novamente. A delação de um advogadoadvogado Joaquim Fábio Mielle Carmago.

Em agosto, o MPE desencadeou a operação Ouro de Tolo, que prendeu a ex-primeira dama Roseli Barbosa por fraude em contratação de empresas enquanto gerenciava a Secretaria de Assistência Social (Setas) que resultaram em prejuízo da ordem de R$ 8 milhões. Mais uma vez, a operação contou com informações de um empresáro colaborador: dessa vez, de Paulo César Lemes - a polícia 

No último dia 15 de setembro, a Polícia Civil deu início a operação Sodoma, que prendeu Silval Barbosa e dois ex-secretários: Pedro Nadaf e Marcel de Cursi. Eles já foram denunciados por esquema de lavagem de dinheiro por meio da concessão de incentivos fiscais.Mais uma vez, com intermédio da delação dos empresários João Batista Rosa (sócio do Grupo Tractor Parts) e Frederico Müller (empresário do ramo de factoring) para a Delegacia de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária Civi l–constatou-se o pagamento da quantia de R$ 2,6 milhões aos investigados. 
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