O soldado da Polícia Militar (PM) Leandro Almeida da Silva, apontado como autor dos disparos que mataram a jovem Karina Fernandes Gomes, 19 anos, e o também policial, Danilo César Fernandes Rodrigues, de 27 anos, esclareceu, durante depoimento à Justiça nesta quarta-feira (13), que passou apenas uma semana no curso de treinamento de tiros da PM. Para o advogado de defesa, o réu é mais uma vítima do “Estado” falido.

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Leandro é investigado em uma ação proposta pelo Ministério Público de Mato Grosso, por duplo homicídio culposo (sem intenção de matar), na tentativa de impedir um assalto provocado pelo mecânico Edilson Pedroso. Durante a audiência, comandada pelo juiz de direito do Juizo militar Marcos Faleiros da Silva, foram ouvidos, como testemunhas, Pedroso (já condenado pelo assalto) e o gerente da casa de câmbio que serviu como palco para a ação. "a Polícia não dava estrutura", afirmou o denunciado, explicando que estava no estabelecimento para utilizar o banheiro.


O militar esclareceu em seu depoimento que a tragédia foi a primeira ação de “troca de tiros” do qual ele participou. O PM afirmou ainda que durante todos os anos trabalhando na segurança pública (desde 2011) nunca participou de um treinamento de reciclagem. “O Leandro é vítima desse Estado falido, desse estado onde a gente vê a cada dia a segurança pública falida”, afirmou o advogado Carlos Odorico Dorilêo, assessor jurídico do réu.

A tentativa de assalto ocorreu no dia 24 de fevereiro de 2014. Na ocasião, Edilson entrou na Casa de Câmbio, localizada na avenida Getúlio Vargas, em Cuiabá, enquanto os dois militares se encontravam no local. Após anunciar o assalto, Leandro teria disparado para impedir o prosseguimento do crime, no entanto, acertou as duas vítimas que morreram no loca. Em seguida, mesmo alvejado, Edilson fugiu do estabelecimento e foi encontrado dois dias depois pela polícia.

“Foi muito difícil passar pelo que eu passei, peço a compreensão de todos, o que aconteceu foi uma fatalidade”, afirmou o policial militar atualmente locado no setor administrativo da corporação.

Conforme perícia realizada no local do crime, dezesseis disparos foram efetuados, todos pelo soldado Leandro Almeida da Silva. Marcos Regenold Fernandes foi o responsável por representar o Ministério Público de Mato Grosso. O policial também responde a processo administrativo. Dando continuidade ao processo, uma nova audiência foi marcada para o dia 7 de agosto