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Corregedora defende juíza alvo de viral e promete descobrir 'a mão que atirou a pedra'

11 Set 2014 - 19:59

Da Redação -- Raoni Ricci e Jardel P. Arruda

Foto: Ilustração

Corregedora defende juíza alvo de viral e promete descobrir 'a mão que atirou a pedra'
O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) agiu rápido e pediu que a Polícia Federal (PF) investigue a autoria de um vídeo que circula nas redes sociais com vários ataques a honra da juíza eleitoral Ana Cristina Mendes. No viral que tomou conta dos celulares na tarde de hoje (11), a magistrada é colocada sob suspeita em função de ser casada com o tenente-coronel da Polícia Militar, Alexandre Correa Mendes, que atuaria na segurança do candidato José Riva (PSD), e de ter a filha, Marcela Abdalla, trabalhando na assessoria do parlamentar na Assembleia Legislativa. Em entrevisa concedida ao Olhar Direto, a corregedora do TRE, a respeitada desembargadora Maria Helena Póvoas, garantiu a idoneidade de Ana Cristina e classificou as acusações como falaciosas.

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"O TRE está investigando a origem dessas acusações falaciosas. Queremos enxergar a mão daquele que atirou a pedra, seja com ou sem esmalte, queremos enxergar quem apedrejou a doutora Ana Cristina. Todas as supostas notícias não passam de uma infâmia, não tem fundamento. O fato dela estar casada com um oficial nada interfere no trabalho que ela desenvolve no tribunal. O marido dela tem a carreira dele e ela tem a carreira dela. A filha dela, que não é filha desse oficial, tem capacidade técnica e qualidade comprovada e chegou a função por seus próprios méritos", rebateu a desembargadora.

A reportagem apurou que a juíza Ana Cristina, que atua no gabinete de propaganda do TRE, relatou 15 processos envolvendo José Riva como agravante ou agravado durante as eleições de 2014. Em parte deles deu decisões favoráveis, como a que suspendeu a divulgação da pesquisa Vox Populli, divulgada pelo jornal Diário de Cuiabá, na qual o candidato Pedro Taques (PDT) aparecia muitos pontos a frente dos outros candidatos. É da juíza também a decisão que negou liminar de Taques contra Riva por queixa crime pelos crimes de calunia e difamação.

Por outro lado, a juíza Ana Cristina Mendes é responsável por duas decisões que aplicaram mais de R$ 100 mil em multas ao candidato José Riva. Os dois processos foram movidos pela coligação 'Coragem e Atitude pra Mudar', de Taques, que acusaram Riva de citar dados de pesquisas não registradas no TRE. Em cada uma das alções, a magistrada aplicou multa de R$ 53.205,00.

Maria Helena Póvas pontuou que o TRE tomou todos as precauções necessárias para escolher os membros do gabinete de propaganda e ressaltou as qualidades da juíza. "A doutora Ana Cristina está fazendo um grande trabalho. É uma pessoa de alto gabarito, que já demonstrou sua capacidade e comprometimento. Esse vídeo apócrifo tem um nítido propósito de fazer que ela se afaste do processo eleitoral por provavelmente ter dado uma decisão que desagrade este ou aquele, isso é natural na magistratura, mas nós não vamos nos desestabilizar com esse tipo de ataque. Pelo contrário, vamos investigar e cobrar a punição dos responsáveis", afirmou a corregedora do TRE.

No viral, a juíza aparece em vários momentos ao lado da esposa de Riva, Janete Riva. Maria Helena Póvas explicou que Ana Cristina é uma das mulheres responsáveis pela divulgação da Lei Marai da Penha em Mato Grosso, o que lhe coloca em uma situação de convívio natural com outras autoridades.

"Nesse vídeo falacioso também acusam a juíza de estar para lá e para cá com a mulher de Riva, o que é normal. A juíza tem o compromisso de divulgar a campanha da Lei Maria da Penha e nessa missão existe uma caravana de mulheres como a promotora Lindinalva, a Ana Brasil e a esposa do candidato", minimizou a desembargadora.

O vídeo ainda apresenta uma cópia do ofício enviado pelo deputado ao governador, no qual ele solicita “esforços” para a promoção do policial militar. Depois, aparecem imagens do tenente-coronel Mendes em eventos de José Riva, no qual estaria, supostamente, atuando como segurança particular.

De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Militar, a corporação não se manifestará sobre o assunto. A instituição se limitou a declarar que todas as promoções são feitas através de decretos assinados pelo governador e, portanto, são de ordem legal, não sendo possível responder a um viral.
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