A cidade de Sinop recebeu nesta sexta-feira (06) a última etapa da série de Encontros de Representantes de CIPAs, realizada de forma pioneira neste ano de 2013.

Organizados pelo Grupo de Trabalho interinstitucional de Mato Grosso (Getrin23), entidade presidida pelo TRT/MT, os eventos alcançaram ao todo quase 450 empregados de médias e grandes empresas do estado e ajudaram a fomentar o debate e a fornecer mecanismos específicos para diminuição do número de acidentes de trabalho.

Além da capital Cuiabá, que abriu o calendário dos encontros no dia 18 de outubro, outras quatro cidades matogrossenses também foram inseridas na programação. Trata-se dos municípios polos de Primavera do Leste, Tangará da Serra, Rondonópolis e Sinop. No balanço, foram 49 dias entre o primeiro e o último evento, e mais de 2.300km percorridos pelas equipes da organização.

Parceiros

Segundo o juiz do trabalho Paulo Brescovici, coordenador do Getrin23, a realização dos encontros só foi possível graças ao empenho e colaboração de alguns parceiros, como o SESI Mato Grosso, responsável pelas dinâmicas e oficinas desenvolvidas com os membros de CIPAs, etapas estas fundamentais para alcance dos objetivos do projeto.

Além disso, ainda conforme o magistrado, o envolvimento direto dos Fóruns Trabalhistas sediados nos municípios onde os encontros ocorreram também se mostrou imprescindível para o sucesso dos eventos. Isso porque coube às essas unidades realizar a mobilização local e organizar parte da logística dos encontros.

A Secretaria de Trabalho e Assistência Social de Mato Grosso e o Ministério Público do Trabalho no estado também foram instituições importantes nestas ações realizadas nas principais regiões do estado. Nas etapas de Primavera e Rondonópolis, por exemplo, couberam a elas a exposição de temas que complementaram os treinamentos.

O ciclo de palestras e oficinas realizadas pelo Getrin está inserido no contexto do Programa Trabalho Seguro, do Tribunal Superior do Trabalho e Conselho Superior da Justiça do Trabalho, que tem como proposta contribuir diretamente para a redução do número de acidentes de trabalho e o desenvolvimento de uma cultura de prevenção e valorização da vida nos ambientes laborais.

Conforme esclarece o juiz Paulo Brescovici, trata-se de um esforço do judiciário para se aproximar mais da sociedade. Através de ações próativas, a perspectiva é não só reduzir o número de vítimas, mas também evitar que novas ações cheguem até a Justiça do Trabalho, aumentando ainda mais o estoque de processos que já tramitam em suas instâncias.

Sinop

A etapa de Sinop foi marcada pela forte participação dos membros de CIPAs presentes ao evento. Eles debateram sobre as implicações da falta de prevenção dentro das empresas e trocaram informações e detalhes sobre boas práticas e ações que deram certo dentro em seus locais de trabalho.

No período da tarde, o juiz do trabalho Ângelo Cestari, da Vara do Trabalho de Colíder, falou sobre o papel das CIPAs. Conforme explicou o magistrado, essas unidades fazem parte de uma estrutura maior existentes dentro das empresas, que tem a incumbência de mapear os riscos de cada atividade e apontar as medidas de prevenção para cada um deles.

Cestari esclareceu que as comissões possuem o diferencial de serem constituídas por representantes do empregador e dos trabalhadores, estes últimos eleitos entre os seus pares, com representatividade e liderança para atuar, e conhecedores, na prática, dos problemas que podem por em risco a integridade dos demais colegas.