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Sábado, 04 de maio de 2024

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Depois de 22 anos, júri de mecânico que matou pai e filho é libertação para familiares das vítimas

Foto: Reprodução

Depois de 22 anos, júri de mecânico que matou pai e filho é libertação para familiares das vítimas
Francisco de Assis Vieira Lucena, 55, acusado de matar o professor universitário Dario Luiz Scherner, de 45 anos, e o filho dele, Pedro César Scherner, de 17, há 22 anos, em uma oficina mecânica na Avenida Tenente Coronel Duarte, em Cuiabá, senta no bancos dos réus nesta quarta-feira (30).

Ele é acusado de duplo homicídio qualificado no caso que ficou conhecido como o crime da “Casa de Suspensão”. O julgamento acontece no Fórum de Cuiabá.

Francisco fugiu logo após o crime e passou 17 anos foragido da Justiça. Ele teria vivido com uma identidade falsa na cidade de Osasco, no interior de São Paulo. O empresário foi encontrado no dia 15 de agosto de 2008 e transferido após dois dias para a Peniteciária Central do Estado, em Cuiabá, onde permanece à espera do julgamento.

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A filha do professor,  a advogada Giovana César Scherner, que tinha 19 anos quando o crime ocorreu, acredita que o julgamento coloca um ponto final nesse capítulo de suas vidas. “A luta por justiça perdurou quase 22 anos. Com o julgamento encerra-se um capítulo de nossas vidas. Finda-se a sensação de impunidade e o sentimento de paz nos envolve com o manto da Justiça. Agora sim podemos viver com um pouco mais de tranqüilidade porque a dor e saudade são eternas”.

Nove testemunhas foram intimadas a prestar depoimento no julgamento do mecânico, sendo quatro de acusação e cinco de defesa. A mulher de Dario, Carmem Lúcia César Scherner, é uma das arroladas.

Também foi intimada uma mulher que teria sido ameaçada e extorquida por Francisco uma semana antes do duplo homicídio. Também foram arrolados pelo Ministério Público Estadual (MPE) para testemunhar contra o acusado um ex-funcionário de Dario e um amigo de Pedro.

O promotor João Gadelha vai buscar a pena máxima para o duplo homicídio, que é de 30 anos para cada morte, conforme o Código Penal.

O  assistente de acusação, advogado Huendel Rolim, que vai atuar como assistente de acusação do MPE acredita que o caso é um alívio para a família. “O acusado será julgado 22 anos depois e a família nunca perdeu as esperanças durante todo esse tempo, patrocinaram investigações e municiaram o Estado com informações. Esse julgamento é a prova que o brasileiro ainda pode acreditar na Justiça”, comentou.

Denúncia

Segundo denúncia oferecida pelo MPE, o suspeito do crime era dono de uma oficina situada na Avenida Tenente Coronel Duarte, em Cuiabá. No dia 27 de dezembro de 1991, Pedro, o filho mais novo da família Scherner, foi até a oficina para que fosse feito um trabalho de manutenção em um veículo.

De acordo com as informações já havia sido estabelecido um preço do serviço pelo telefone, mas quando Pedro chegou à oficina o suspeito havia dobrado o valor do orçamento. Pedro falou que não tinha a quantia que o dono da oficina queria e disse que iria embora, no entanto o suspeito obrigou o garoto a fazer o serviço.

Segundo o MPE, o menor ficou assustado com a reação do dono da oficina e entrou em contato com o pai, que foi ao encontro dele para resolver a situação. Após ocorrer uma discussão, o suspeito sacou uma arma e efetuou dois disparos em Dario. Pedro, ao tentar defender o pai, também foi atingido por dois disparos. Eles chegaram a sair do local, mesmo feridos, mas não resistiram e morreram em seguida.

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