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Sábado, 04 de maio de 2024

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Crime da Casa de Suspensão

Empresário acusado de matar professor da UFMT e filho será julgado após 22 anos

Foto: Reprodução

Francisco de Assis Vieira Lucena

Francisco de Assis Vieira Lucena

O empresário Francisco de Assis Vieira Lucena, acusado de ter matado o professor universitário Dário Luís Scherner, 45, e o filho dele, o adolescente Pedro César Scherner,17, sentará no banco dos réus na próxima quarta-feira (30), 17 anos após o duplo assassinato.

O caso conhecido como “Crime da Casa de Suspensão” ganhou repercussão nacional ao passar no programa “Linha Direta”, da Rede Globo.

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Segundo denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPE), o suspeito do crime era dono de uma oficina situada na Avenida Tenente Coronel Duarte, em Cuiabá. No dia 27 de dezembro de 1991, Pedro, o filho mais novo da família Scherner, foi até a oficina para que fosse feito um trabalho de manutenção em um veículo.

De acordo com as informações já havia sido estabelecido um preço do serviço pelo telefone, mas quando Pedro chegou à oficina o suspeito havia dobrado o valor do orçamento. Pedro falou que não tinha a quantia que o dono da oficina queria e disse que iria embora, no entanto o suspeito obrigou o garoto a fazer o serviço.

Segundo o MPE, o menor ficou assustado com a reação do dono da oficina e entrou em contato com o pai, que foi ao encontro dele para resolver a situação. Após ocorrer uma discussão, o suspeito sacou uma arma e efetuou dois disparos em Dario. Pedro, ao tentar defender o pai, também foi atingido por dois disparos. Eles chegaram a sair do local, mesmo feridos, mas não resistiram e morreram em seguida.

Francisco fugiu logo após o crime e passou 17 anos foragido da Justiça. Ele teria vivido com uma identidade falsa na cidade de Osasco, no interior de São Paulo. O empresário foi encontrado no dia 15 de agosto de 2008 e transferido após dois dias para a Peniteciária Central do Estado, em Cuiabá, onde permanece até hoje à espera do julgamento.

Descanso para a família

O assistente de acusação, advogado Huendel Rolim, que vai atuar como assistente de acusação do MPE acredita que o caso é um alívio para a família. “O acusado será julgado 22 anos depois e a família nunca perdeu as esperanças durante todo esse tempo, patrocinaram investigações e municiaram o Estado com informações. Esse julgamento é a prova que o brasileiro ainda pode acreditar na Justiça”, comentou.

A filha de Dario, Giovana César Scherner, disse que o julgamento põe um ponto final nesse capítulo de suas vidas. “A luta por justiça perdurou quase 22 anos. Com o julgamento encerra-se um capítulo de nossas vidas. Finda-se a sensação de impunidade e o sentimento d epaz nos envolve com o manto da Justiça. Agora sim podemos viver com um pouco mais de tranqüilidade porque a dor e saudade são eternas”.

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