Ex-procurador da República, o senador Pedro Taques (PDT) afirmou nesta quinta-feira (24) que o jornal pertencente ao empresário Domingos Sávio Brandão de Lima Júnior foi o único de Mato Grosso a divulgar um relatório da agência brasileira de inteligência (Abin) sobre a existência de uma organização criminosa liderada por João Arcanjo Ribeiro. Considerado ex-chefe do crime organizado no estado, Arcanjo foi condenado hoje por júri popular pelo assassinato de Sávio Brandão, ocorrido em 2002 em Cuiabá. No julgamento, Taques depôs na condição de informante.

O parlamentar, quando procurador, acompanhou a operação “Arca de Noé”, realizada em 2002 pela Polícia Federal para desbaratar o império de Arcanjo, que já está preso por conta de outras acusações e ainda não tinha sido julgado pelo caso envolvendo o empresário.

“A ‘Folha do Estado’ divulgou que o réu seria o AL Capone de Mato Grosso. Foi o único jornal a divulgar o relatório porque naquela época ninguém tinha coragem de falar o nome de João Arcanjo”, disse Taques. Alphonsus Capone, que ficou conhecido como Al Capone, tornou-se o arquétipo de gângster.

Definição de data para julgamento de Arcanjo por júri popular depende da agenda de Taques

O ex-procurador ressaltou que não participou das investigações sobre a morte de Sávio Brandão, mas observou que atuou em outras situações relacionadas à vida de Arcanjo, ex-bicheiro. Citou que houve uma série de assassinatos em 2002 relacionados a esquema envolvendo caça-níqueis e jogo do bicho.

Taques foi questionado pelo promotor de Justiça, João Gadelha, sobre depoimento prestado por Hércules Agostinho, apontado como pistoleiro de Arcanjo. Agostinho acabou confessando o crime e acusando Arcanjo. “Hércules estava fragilizado em relação às pessoas que o sustentavam. Na época, ele se intitulou abandonado ou usou outra palavra semelhante”, disse Taques. Os jurados concluíram que Arcanjo foi o mandante do assassinato de Sávio Brandão e o condenaram a 19 anos de prisão.


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