O Sindicato dos Policiais Penais de Mato Grosso (Sindisppen) acionou o Poder Judiciário pedindo perícia para constatar se a estrutura do presídio do semiaberto, situado em frente à Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá, teria a devida segurança. Requerimento desta quarta-feira (8) foi ajuizado porque na segunda (6) houve um motim promovido pelos presos do local. Três detentos do Primeiro Comando da Capital (PCC) ficaram feridos no episódio.
Leia mais: Três detentos do PCC ficam feridos durante motim em espaço destinado a presos transferidos do Capão Grande
A entidade ajuizou o requerimento à Vara Especializada em Ações Coletivas após tomar conhecimento de que o recém inaugurado presídio não conta com a devida segurança, uma vez que os presos se amotinaram e conseguiram abrir todas as celas do raio apenas sacudindo as grades.
Conforme o sindicato, a facilidade em abrir as grades das celas apontou uma falha grave de segurança no local. Por isso pede realização de perícia técnica para atestar se, de fato, o local consegue impedir novos motins e a fuga de detentos.
“Este pedido de perícia judicial tem como principal objetivo avaliar a segurança da construção, para identificar qualquer falha estrutural e/ou alguma mudança que pode ser realizada para que haja mais segurança, dentre outras situações”, diz o pedido, que ainda não foi julgado.
Motim
Três detentos pertencentes à facção Primeiro Comando da Capital (PCC) ficaram feridos durante um pequeno motim, na manhã desta segunda-feira (6), em Cuiabá. O fato ocorreu no presídio semiaberto anexo à Penitenciária Central do Estado (PCE), unidade que obriga as principais lideranças do Comando Vermelho (CVMT) em Mato Grosso.
A reportagem apurou que os presidiários não concordam em terem sido transferidos para a unidade, que fica localizada no bairro Pascoal Ramos. No confronto, os detentos utilizaram um pedaço de cabo de vassoura. Anteriormente, eles estavam reclusos no Centro de Ressocialização de Várzea Grande – Presídio do Capão Grande.
Os três foram encaminhados ao Hospital Municipal de Cuiabá (HCM). Um dos feridos, segundo apurado pela reportagem, está em estado grave. Os nomes dos detentos não foram revelados.
Um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) foi instaurado para investigar o fato.
A transferência
A transferência dos presos para unidade ocorreu após decisão do juiz Geraldo Fidélis, da 2ª Vara Criminal, que determinou a interdição do Capão. A ordem ocorreu após denúncias de tortura, superlotação, calor excessivo, e precariedade das celas, bem como a infestação de escorpiões e ambientes danificados pela ação do mofo e sujeira.
No mês de março, o secretário de Segurança Pública, coronel Cesar Roveri, afirmou que 128 detentos seriam transferidos. O gestor garantiu que o novo espaço é modernizado e contempla equipamentos de automação para haver o risco mínimo de fuga ou confrontos. De acordo com ele, o espaço vai abrigar cerca de 500 detentos.
.jpg "Após detentos arrombarem celas de presídio em Cuiabá, sindicato aciona Justiça pedindo perícia")
