A 2ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária da Bahia vai fiscalizar as medidas cautelares impostas ao advogado e lobista Rowles Magalhães Pereira da Silva, que está sendo monitorado por tornozeleira após ser alvo da Polícia Federal acusado de ser o responsável pelo esquema de transporte internacional de drogas descortinado no âmbito da Operação Descobrimento, deflagrada em abril de 2022. Despacho foi assinado na semana passada pelo juiz substituto Pedro Alves Dimas Júnior.
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No âmbito da Operação, que também deteve o ex-secretário de Estado Nilton Borgato, o lobista chegou a ser preso, mas foi beneficiado em março do ano passado pela liberdade provisória, concedida pela maioria da Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, nos termos do voto da desembargadora federal Maria do Carmo Cardoso.
Colocado em prisão domiciliar, ele teve a ordem revogada e passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica, foi obrigado a comparecer a cada 15 dias ao juízo federal de Palmas, onde ele cumpre as cautelares, não pode sair da comarca, deve se recolher em casa no período noturno e não pode manter contato com os demais denunciados.
Diante disso, a Justiça de Palmas emitiu carta precatória ao juízo criminal federal da Bahia visando que este faça a fiscalização das cautelares impostas a Rowles, conforme despacho assinado pelo juiz Pedro Alves.
Em abril de 2022, a Polícia Federal (PF) revelou que o ex-secretário da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação Nilton Borges Borgato e o advogado Rowles Magalhães seriam os responsáveis pelo esquema de transporte internacional de drogas alvo da Operação Descobrimento. A organização criminosa já teria realizado cerca de cinco viagens com carregamento de entorpecentes.
Ao longo das investigações que iniciaram em fevereiro de 2021, a PF descobriu que Rowles é um dos líderes da organização criminosa. O ex-assessor do Governo de Mato Grosso durante gestão Silva Barbosa foi preso em São Paulo, em decorrência de um mandado de prisão preventiva. Durante as buscas, os agentes encontraram artigos de luxo como relógios e bolsas, além de uma quantia em euro no imóvel do lobista.
Já o ex-secretário foi preso em seu apartamento em Cuiabá, local onde os policiais federais localizaram pedras de diamante, dólares e cerca de R$ 30 mil em espécie, que estavam escondidos embaixo do colchão. Borgato deixou o cargo no Governo do Estado para disputar as eleições.
As investigações começaram quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador/BA para abastecimento. Após ser inspecionado, foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave. A droga estava escondida em aeronave de uma empresa privada de aviação, que o advogado Rowles seria sócio.
A partir da apreensão, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).