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Domingo, 19 de maio de 2024

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OPERAÇÃO JUMBO

Usada como 'laranja' de empresários do tráfico, mulher tem prisão mantida pelo STF

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Usada como 'laranja' de empresários do tráfico, mulher tem prisão mantida pelo STF
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve presa Mirian de Luna Cavalcanti, detida pela Polícia Federal no âmbito da Operação Jumbo, acusada de integrar organização criminosa e de praticar lavagem de dinheiro. Moraes indeferiu ordem de habeas corpus em decisão publicada no Diário nesta segunda-feira (11).


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 Moraes considerou que Mirian aguarda julgamento de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), previsto para ocorrer até o final de outubro de 2023. Com isso, não verificou ilegalidade.

“A propósito, a quantidade de demandas em trâmite no órgão judicial, a complexidade e a natureza das causas postas em juízo são fatores que não podem ser ignorados nesse exame de regularidade do desenvolvimento do processo. Diante do exposto, com base no art. 21, § 1º, do Regimento Interno do STF, INDEFIRO a ordem de HABEAS CORPUS”, decidiu Moraes.

Mirian foi detida pela Polícia Federal em maio de 2022, junto do principal alvo da Operação Jumbo, Tiago Gomes de Souza, o “Baleia”. Além deles, foram presos Johnny Luiz Santos, Marcio de Oliveira Marques, Tcharles Rodrigo Ferreira de Moraes, Josivaldo de Lima Gomes Filho, Tiago Teixeira da Silva e Kézia Moraes Cardeal.

Os criminosos tinham uma metodologia de aquisição e transportavam a droga por meio de "mulas", que caminhavam por cerca de cinco dias, trazendo a cocaína nos ombros. Ao chegar na zona rural de Porto Esperidião, onde o grupo tinha uma espécie de base, a droga era levada para Mirassol D’Oeste e depois para a capital mato-grossense. Em dois dos transportes, a Polícia Militar e o Gefron conseguiram interceptar 210 kg de cocaína.

A organização criminosa se dividia em dois núcleos: um responsável pela logística e transporte da droga e outro composto por empresários, que lavavam o dinheiro principalmente em postos de combustíveis, conveniências, além de uma mineradora.

“A quebra de sigilo bancário foi cristalina em mostrar que todos os indivíduos do núcleo empresarial, pessoas físicas e jurídicas, transferiam desde 2018, recursos para pessoas ligadas ao tráfico de drogas em Mirassol D’Oeste e Porto Esperidião. Ficou claro e evidente o financiamento do tráfico de drogas por todas essas pessoas que estão presas hoje”, explicou o delegado de Combate ao Crime Organizado, Jorge Vinícius Gobira Nunes.

Kézia é antiga proprietária do posto Atalaia, localizado na avenida Palmiro Paes de Barros. Ela teria vendido o estabelecimento a Baleia. Porém, ao invés de receber o pagamento, teria enviado dinheiro ao comprador. A PF acredita que ela tenha sido usada como "laranja" do empresário do tráfico.

A compra do posto Jumbo, hoje avaliado em R$ 6 milhões, realizada por um homem que dizia trabalhar como taxista, foi um dos indícios que levaram a PF a investigar Baleia.

Em julho do ano passado, depois da troca de informações com a Diretoria de Inteligência da PM, a PF instaurou inquérito, descobriu o enriquecimento ilícito de Baleia e desmantelou o esquema do chefe do tráfico na capital mato-grossense.

Totalizando o dinheiro encontrado nas empresas alvos da operação e na casa de Baleia, no condomínio Alphaville, foram apreendidos R$ 350 mil em espécie. 

Outro ponto importante apurado no inquérito que culminou na Operação foi a vida pregressa e o padrão de vida levado por Baleia nos últimos anos. Ele tinha uma troca constante e incomum de automóveis, todos de luxo, além de residir em um dos condomínios com os imóveis mais caros de Cuiabá.

 
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