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Terça-feira, 14 de maio de 2024

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PREJUÍZO DE R$ 500 MI

Servidores da Sema alvos de operação usavam empresa de fachada para adquirir veículos, casas e fazendas

Foto: Reprodução

Servidores da Sema alvos de operação usavam empresa de fachada para adquirir veículos, casas e fazendas
Na decisão que recebeu a denúncia contra os servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) acusados de fraudar, na casa dos R$ 500 milhões, Cadastros Ambientais Rurais (CARs), a juíza Ana Cristina Mendes determinou o sequestro de bens móveis e imóveis em seus nomes. Isso porque, conforme o Ministério Público, Ronnky Chael Braga da Silva, em conluio com sua esposa, Cacia Priscila Machado de Oliveira, usavam empresa de fachada para lavar o dinheiro adquirido no esquema por meio de compras de veículos e propriedades para despistar a origem ilícita do montante.


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Atualmente com salário de R$ 20,6 mil, Ronnky foi afastado da Sema, onde era lotado na função de analista de meio ambiente. Ele, Cacia e Alessandro Pontes Gomes foram os alvos da Operação Loki, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) para desarticular as ações que fraudaram R$ 495 milhões nos cadastros rurais.

Segundo a acusação, Ronnky teria movimentado, entre 2014 a 2019, mensalmente, elevadas cifras, incompatíveis com a remuneração de um engenheiro florestal, servidor público, o que chamou atenção dos agentes do Gaeco.

Para lavar o dinheiro obtido no esquema, eles usavam a empresa Cacia Priscila Machado ME para ocultar a origem ilícita do patrimônio. De acordo com os agentes, durante Busca e Apreensão foram localizados veículos, valores em espécie em moeda nacional e estrangeira e folhas de cheques nas residências dos denunciados, cujos informes indicariam a suposta prática do crime de lavagem de dinheiro.

Apontaram as investigações que Ronnky usava o nome de sua esposa, Cacia, para disponibilizar a microempresa referida para lavagem dos capitais, envolvendo a aquisição de bens imóveis e móveis, mediante a conversão do montante ilícito para comprar fazenda, casa, sítios e diversos veículos.

Informou o Gaeco, ainda, que alguns desses veículos teriam sido transferidos de Ronnky para H.N.R. e para A.M., que trabalhou com o denunciado na SEMA durante o período dos anos de 2018 a 2021. A Operação, então, chegou à estimativa de que o grupo teria adquirido 21 veículos “evidenciando, em tese, um modus operandi de substituição sequencial dos automóveis, tida como uma artimanha para despistar a origem ilícita dos bens”, diz trecho do documento.

A juíza Ana Cristina Mendes, então, determinou o sequestro de uma fazenda, dois sítios, duas caminhonetes e dois carros em face dos denunciados.

Dentre os imóveis sequestrados pela magistrada constam um sítio de recreio localizado no Coxipó do Ouro, em Cuiabá, em nome de Ronnky e sua esposa, Cácia Priscila Machado, sítio Nova Aliança, de 2,1633 hectares, em Santo Antônio do Leverger, propriedade de Ronnky e a fazenda Ouro Verde, em Rosário Oeste, também registrada no nome dele.

Além disso, a juíza da 7ª Vara Criminal bloqueou uma caminhonete S10 LTZ, uma picape Mitsubishi Outlander 2.0, um Toyota Etios e uma VW Parati 1.6.

Ronky Chaell Braga da Silva (ex-candidato a deputado estadual) e Alessandro Pontes Gomes (ex-superintendente de regulamentação) são velhos conhecidos da Justiça. Isso porque ambos foram presos na Operação Polygonum, deflagrada em 2019 contra ações fraudulentas na secretaria e agora responderão a Processo Administrativo Disciplinar, já que foram afastados pela pasta.

No último dia 29, a juíza Ana Cristina Silva Mendes recebeu denúncia movida contra eles e Cacia Priscila Machado de Oliveira, pelos Crimes de Integração à Organização Criminosa, lavagem de dinheiro e Crimes Ambientais.
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